São Paulo, Domingo, 19 de Dezembro de 1999


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Em 95, "O Livro de Jó" citou Aids para questionar Deus

da Reportagem Local

"O Livro de Jó", que estreou em 95 num hospital desativado, alcançou tamanho impacto, a ponto de causar alguns desmaios, por trazer o questionamento do sagrado para o campo da realidade. "Jó" era mais presente, mais próxima do que "Paraíso".
A Aids fazia vítimas sem perspectiva de ser contida, e Jó era o homem nu, coberto de chagas e sangue, diante daquilo que não controlava e que surgia como uma punição sem porquê.
Levada ao extremo da poesia bíblica, a peça resultava numa investigação profunda sobre a fé, então sob foco do teatro todo.
A peça apresentou atores já mais amadurecidos, como Matheus Nachtergaele, Míriam Rinaldi e Vanderlei Bernardino -depois, no correr da temporada, entraria ainda Mariana Lima.
Foi na interpretação casada à poesia adaptada por Luís Alberto de Abreu que se deu a síntese sublime da peça. Mas não faltaram irregularidades em seu início, de atuação e dramaturgia, nesse que foi "work in progress" por três anos -como são, sempre, os trabalhos de Antônio Araújo. (NS)


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