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Em 95, "O Livro de Jó" citou
Aids para questionar Deus
da Reportagem Local
"O Livro de Jó", que estreou em
95 num hospital desativado, alcançou tamanho impacto, a ponto de causar alguns desmaios, por
trazer o questionamento do sagrado para o campo da realidade. "Jó" era mais presente, mais
próxima do que "Paraíso".
A Aids fazia vítimas sem perspectiva de ser contida, e Jó era o
homem nu, coberto de chagas e
sangue, diante daquilo que não
controlava e que surgia como
uma punição sem porquê.
Levada ao extremo da poesia bíblica, a peça resultava numa investigação profunda sobre a fé,
então sob foco
do teatro todo.
A peça apresentou atores
já mais amadurecidos, como
Matheus
Nachtergaele,
Míriam Rinaldi e Vanderlei
Bernardino
-depois, no
correr da temporada, entraria ainda Mariana Lima.
Foi na interpretação casada à
poesia adaptada por Luís Alberto
de Abreu que se deu a síntese sublime da peça. Mas não faltaram
irregularidades em seu início, de
atuação e dramaturgia, nesse que
foi "work in progress" por três
anos -como são, sempre, os trabalhos de Antônio Araújo.
(NS)
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