São Paulo, quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

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Crítica/"Ah... o Amor! "

Filme italiano mistura o pior da comédia

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

O ano mal começou e já temos um sério candidato a pior filme de 2010: a comédia italiana "Ah... o Amor!". O filme junta o que há de pior nos seriados norte-americanos a piadas mumificadas de humorísticos de TV como "A Praça é Nossa".
"Ah...o Amor!" consiste de números cômicos e picantes sobre seis casais italianos. Os personagens são caricaturas ambulantes: temos a moça infeliz prestes a se casar, o magistrado sessentão que descobre os prazeres da vida de solteiro e até um padre dividido entre a batina e a saia de uma ex-namorada.
Os diálogos são inacreditáveis: "O que posso fazer para te excitar, benzinho?" "É só me dar o telefone do George Clooney!"; "Se existe a Nova Zelândia, onde fica a Velha?". O juiz sessentão comemora seu divórcio vestindo uma camiseta de metaleiro e agarrando uma gatinha na pista de dança, ao som de "Sex Bomb", de Tom Jones. É ver para crer.
O mais triste é lembrar que o cinema italiano praticamente inventou esse tipo de comédia, há pelo menos 70 anos.
Diretores como Mario Monicelli, Vittorio De Sica, Ettore Scola, Dino Risi, Camillo Mastrocinque e tantos outros fizeram ótimas comédias de costumes, com personagens divertidos, roteiros brilhantes, e um olhar cínico, porém afetuoso, para o sexo e a vida em família.
Já "Ah... o Amor!" parece um episódio de "Sex and the City" estrelado pelo elenco de "Zorra Total".
Só faltou o "seu" Peru.


Avaliação: péssimo


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