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Crítica/"Ah... o Amor! "
Filme italiano mistura o pior da comédia
ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA
O ano mal começou e já
temos um sério candidato a pior filme de
2010: a comédia italiana "Ah... o
Amor!". O filme junta o que há
de pior nos seriados norte-americanos a piadas mumificadas de humorísticos de TV como "A Praça é Nossa".
"Ah...o Amor!" consiste de
números cômicos e picantes
sobre seis casais italianos. Os
personagens são caricaturas
ambulantes: temos a moça infeliz prestes a se casar, o magistrado sessentão que descobre
os prazeres da vida de solteiro e
até um padre dividido entre a
batina e a saia de uma ex-namorada.
Os diálogos são inacreditáveis: "O que posso fazer para te
excitar, benzinho?" "É só me
dar o telefone do George Clooney!"; "Se existe a Nova Zelândia, onde fica a Velha?". O juiz
sessentão comemora seu divórcio vestindo uma camiseta
de metaleiro e agarrando uma
gatinha na pista de dança, ao
som de "Sex Bomb", de Tom
Jones. É ver para crer.
O mais triste é lembrar que o
cinema italiano praticamente
inventou esse tipo de comédia,
há pelo menos 70 anos.
Diretores como Mario Monicelli, Vittorio De Sica, Ettore
Scola, Dino Risi, Camillo Mastrocinque e tantos outros fizeram ótimas comédias de costumes, com personagens divertidos, roteiros brilhantes, e um
olhar cínico, porém afetuoso,
para o sexo e a vida em família.
Já "Ah... o Amor!" parece um
episódio de "Sex and the City"
estrelado pelo elenco de "Zorra
Total".
Só faltou o "seu" Peru.
Avaliação: péssimo
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