São Paulo, quarta-feira, 21 de janeiro de 2004

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SP 450

Com ênfase nos anos 90, "Festival das Nações" apresenta 31 filmes de 29 países que possuem comunidades na cidade

Cinema mergulha na SP multicultural

Divulgação
Cena da produção sueca "Bem-Vindos" (2000), do diretor Lukas Moodyson


DA REDAÇÃO

Faceta das mais recordadas quando se descreve a cidade, a multiculturalidade foi o mote escolhido pela Sala Cinemateca para homenagear o 450º aniversário de São Paulo, em mostra que se inicia hoje e apresenta 31 produções originárias de 29 países até o dia 8 de fevereiro.
Dentro do "Festival das Nações", estão filmes que representam comunidades com os mais diversos graus de representatividades na cultura da cidade. Privilegiou-se, na escolha da programação, realizações mais recentes, lançadas desde o início da década de 90 -com exceção do polonês "A Cicatriz", longa-metragem de estréia do consagrado cineasta Krzysztof Kieslowski (1941-1996), feito em 1976. Vale pela chance de conhecer/rever filmes que frequentaram a lista de favoritos do circuito de filmes de arte paulistano alguns anos atrás.
Entre os destaques do primeiro dia de exibição do "Festival das Nações", está "Ararat", do egípcio Atom Egoyan. De origem armênia -colônia que batizou uma estação do metrô de São Paulo-, o cineasta aborda um tema doloroso para sua comunidade: o massacre de 1 milhão de armênios pelo exército turco em 1915, fato negado pela Turquia até hoje. Egoyan aparece com mais um filme na mostra, a produção "O Doce Amanhã", relato -agora sem tintas culturais- sobre um desastre automobilístico que abate um pequeno povoado no interior do Canadá.
Portugal, Espanha, Itália e Japão, países com grande número de descendentes na capital paulista, obviamente não foram esquecidos na programação do ciclo.
Os portugueses aparecem com dois filmes do nonagenário diretor Manoel de Oliveira: "A Inquietude" e "Vou para Casa". A Espanha é representada por Julio Medem (de "Lúcia e o Sexo") em "Os Amantes do Círculo Polar" e a Itália, por Gianni Amelio, com "Assim É que se Ria", filme premiado com o Leão de Ouro de Veneza em 1998. O veterano japonês Shohei Imamura, há pouco nos cinemas com "Água Quente sob uma Ponte Vermelha", tem na mostra o elogiado predecessor "A Enguia".
Também não faltam latino-americanos (o argentino "Plata Quemada" e o peruano "Pantaleão e as Visitadoras") e asiáticos ("Felizes Juntos", de Hong Kong, o vietinamita "Três Estações" e "Gabbah", do Irã).


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