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São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 2003

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"JOHNNY ENGLISH"

Longa tem humor baixo

PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA

O humor inglês clássico é baseado na sátira e no verbo, mas Rowan Atkinson, conhecido pelo personagem Mr. Bean, vai contra essa corrente e exercita um humor físico e visual. Guardadas as devidas (des)proporções, a persona que ele criou é influenciada por Buster Keaton e Jacques Tati, explorando uma figura impávida, quase sempre muda, capaz de transformar situações cotidianas em desastres absurdos.
Mas, em "Johnny English", Atkinson não é Mr. Bean, apesar de explorar basicamente as mesmas características, com alguma abertura para piadas verbais. No filme, ele interpreta o personagem-título, funcionário de segundo escalão do Serviço Secreto Britânico promovido a agente de primeira linha. Ele recebe a missão de solucionar o roubo das jóias da coroa articulada pelo vilão francês Pascal Sauvage (John Malkovitch).
A intenção de satirizar o personagem James Bond se desmancha em situações de desfecho risível (no mau sentido), em parte porque os filmes de James Bond nunca se levaram tão a sério. "Johnny English" explora um certo tipo de humor "baixo" que os americanos sabem fazer bem melhor.
Assim, se o personagem Johnny English é um vexame para o Serviço Secreto Inglês, Atkinson desempenha papel semelhante no panorama do humor inglês. "Johnny English", além de bobo, é um filme muito sem graça.


Johnny English
Idem
 
Produção: Inglaterra, 2003
Direção: Peter Howitt
Com: Rowan Atkinson, John Malkovich, Natalie Imbruglia
Quando: em cartaz nos cines Anália Franco, Cinearte, Ibirapuera e circuito



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