CYNARA MENEZES
da Reportagem Local

A mãe de Raul Seixas, dona Maria Eugênia, 78, é quem dá o mote: "Foi bom para Raul morrer cedo. Ele não gostava de ser velho, não. Imitou Elvis Presley em tudo, até na morte".
Pois então, hoje é dia de comemorar com Raul o fato de não ter ficado velho, o que também aconteceu com muitos outros ídolos do rock'n'roll: Jim Morrison, Jimi Hendrix, Janis Joplin.
Há exatamente dez anos, aos 44 de idade, o Maluco Beleza morria, também "inchado como Elvis", segundo a mãe, por causa do alcoolismo que lhe havia causado uma pancreatite aguda.
Alguém poderia dizer que Raul era velho demais para morrer jovem, mas sem dúvida imaginá-lo de cabelos e barba brancos, óculos de aro redondinho na ponta do nariz, cuidando do netinho -Raul seria avô há três anos-, é ainda mais difícil.
Em São Paulo, o grande evento para celebrar a não-velhice de Raul é uma passeata de "raulseixistas" saindo do centro da cidade a partir das 14h, com show da banda Krig-Há, Bandolo! -nome de um dos discos do cantor.
Depois que até o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), citou música de Raul ("Ouro de Tolo") o que não vai faltar é quem saiba as letras de cor para acompanhar.
Na Rádio USP (FM 93,7), a partir das 11h, o programa "Memória" traz raridades, como a primeira gravação feita por ele em uma garagem.
A 89 FM também vai transmitir, às 16h30, um programa especial com as músicas mais conhecidas do cantor e entrevistas exclusivas.
Uma delas, apresentada como inédita, com o próprio Raul tocando violão e falando, entremeada pelos depoimentos de seu ex-parceiro e hoje escritor Paulo Coelho, de uma de suas filhas (teve três meninas, as outras duas vivem hoje nos EUA), Vivian, e de Dalva, a empregada que o acompanhou nos últimos dias, entre outros .


O quê: passeata-show em homenagem aos dez anos da morte de Raul Seixas Onde: concentração na praça Ramos de Azevedo (centro) Quando: hoje, a partir das 14h

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