São Paulo, quinta-feira, 22 de abril de 2004

Texto Anterior | Índice

Grupo Raça busca nova linguagem explorando dança contemporânea

Divulgação
Cena de "Caminho da Seda", coreografia de Roseli Rodrigues, em cartaz no Teatro Municipal


DA REDAÇÃO

Gritos empolgados e palmas efusivas costumavam acompanhar o jazz acrobático das coreografias da Raça Cia. de Dança nas platéias dos festivais nos 80 e 90. De lá para cá, os fãs ainda exibem suas carteirinhas, mesmo que o grupo agora viva uma fase de transição em busca de uma dança contemporânea.
Como parte desse novo caminho, o grupo apresenta amanhã e sábado, no Teatro Municipal, a estréia da coreografia "3.2", assinada por Henrique Rodovalho, do grupo goiano Quasar. Também integra o programa "Caminho da Seda", de Roseli Rodrigues, diretora do Raça.
Mesmo em processo gradual de mudança, a diretora do grupo conta que não pretende perder a movimentação em seus espetáculos. "Hoje as pessoas se perguntam: isso é teatro ou é dança?", fala Rodrigues, que não quer que o grupo perca a identidade em busca de nova linguagem. "Fico preocupada com o público."
Entre os convidados "contemporâneos", nos últimos cinco anos já passaram pelo grupo Mário Nascimento, Luis Arrieta e Ivonice Satie. Em entrevista à Folha, o mais recente convidado, Henrique Rodovalho, diz que fez laboratórios com a companhia e que usou em "3.2" sugestões de movimentos dadas pelos próprios bailarinos. "A obra é abstrata e trabalha uma questão diferente para o elenco, a linguagem dos movimentos", explica.
Com músicas do iugoslavo Suba, morto em 1999, que misturam batidas eletrônicas e samba, o trabalho mostra duas coreografias diferentes para cada uma das três músicas do espetáculo. O projeto de iluminação também é de Rodovalho, que deve trazer o Quasar para apresentações na cidade em julho.
Já maturada está "Caminho da Seda" (2002), que trabalha um clichê da dança -usar tecidos como recurso de efeito visual- de forma diferente, sempre pelo chão. Em 400 m de musselina de seda, os bailarinos deslizam, aparecem e desaparecem feito miragens por um palco que lembra o clima desértico. A trilha mistura Dead Can Dance, Ofra Haza e Greg Ellis. (KATIA CALSAVARA)

RAÇA CIA. DE DANÇA. Coreografias "3.2", de Henrique Rodovalho, e "Caminho da Seda", de Roseli Rodrigues. Quando: amanhã e sábado, às 21h. Onde: Teatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo, s/nš, região central, tel. 222-8698). Quanto: de R$ 10 a R$ 20.


Texto Anterior: Música: Centro Cultural tira o blues do "aperto"
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.