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Estrea ntes roubam a cena em "Cálculo Mortal"
TETÉ RIBEIRO
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM NOVA YORK
Eles são os nomes menos conhecidos do filme (Ryan Gosling
e Michael Pitt), num elenco que
reúne Sandra Bullock, Ben Chaplin e Chris Penn, todos dirigidos
pelo iraniano Barbet Schroeder
(de "Barfly").
Ambos têm 21 anos, alguma experiência, estão estreando numa
grande produção hollywoodiana
e são a melhor coisa do filme "Cálculo Mortal" ("Murder by Numbers"), em cartaz em São Paulo
desde a última sexta-feira.
O longa traz a dupla como amigos que se unem para provar que
é possível cometer um crime aleatório e perfeito. Até que entra em
cena uma detetive obsessiva (Bullock), que vai atrapalhar os planos deles. O crime, real, é conhecido como o caso Leopold-Loeb e
foi adaptado no cinema duas vezes antes.
A primeira, genialmente, por
Alfred Hitchcock em "Festim
Diabólico" ("Rope", 1948). Depois, Richard Fleischer refaria em
"Estranha Compulsão" ("Compulsion", 1958). Nenhum dos dois
teve coragem de mostrar a ligação
homossexual entre os dois;
Schroeder não foge à regra.
O ator Michael Pitt (nada a ver
com Brad) é um Leonardo DiCaprio na época do "Romeu e Julieta": a mesma cara, a mesma falta
de corte de cabelo, o mesmo charme abandonado.
Ficou conhecido do (pequeno)
público como o garoto do filme
independente "Hedwig and the
Angry Inch", vencedor do festival
de Sundance de 2001. No mesmo
ano, fez parte do elenco do perturbador "Bully", dirigido por
Larry Clark ("Kids").
"Já consegui muita coisa por ser
parecido com DiCaprio", afirmou
o ator, em entrevista à Folha. "Tive de fazer teste para todos os filmes até agora, e em todos eles fui
obrigado a mudar o visual para
não parecer tanto com ele."
O canadense Ryan Gosling trabalha desde os oito anos. Ele era
uma das crianças do Clube do
Mickey, ao lado de Britney Spears
e Justin Timberlake. Mas seu primeiro trabalho reconhecido pela
crítica e pelo público norte-americanos foi o filme independente
"The Believer", também exibido
no Festival de Sundance no ano
passado.
No filme, ele vive um jovem judeu de Nova York que se une a
um grupo de neonazistas.
"Não sei o que me atrai em personagens horríveis, como os que
interpreto em "The Believer" e nesse filme", disse ele. "Tenho horror
a essas pessoas na vida real, mas
gosto de interpretá-las. Ser um
bom menino, fazer a coisa certa,
isso faço na vida real. Não preciso
fazer filmes para viver uma pessoa decente."
O ator afirmou que se espantou
com a enorme estrutura de um filme hollywoodiano. "Até agora só
tinha feito papéis grandes em filmes independentes, que se filma
na rua, sem pedir permissão, então a maior preocupação é fazer
dois takes e sair de lá sem ser preso", disse. "E depois nem se sabe
se vai mesmo ser exibido."
Os tablóides sensacionalistas
norte-americanos noticiaram que
Gosling e Sandra Bullock começaram a namorar durante as filmagens. Segundo as publicações, os
dois continuam juntos depois,
mas nunca em público. Bullock
não evitou falar dele: "Aprendi
muito observando Ryan atuar. É
um dos melhores atores com
quem já trabalhei, além de ser
uma companhia muito agradável.
É engraçado, charmoso, inteligente". "Mas o melhor foi ser dirigida por Barbet. Não sei se teria
aceitado fazer o filme se não fosse
pelo diretor."
CÁLCULO MORTAL.
Direção: Barbet Schroeder.
Com: Sandra Bullock e Ben Chaplin.
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