São Paulo, sábado, 22 de julho de 2006

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Astros do soul brasuca revivem onda black em SP

André Durão/Folha Imagem
O compositor Hyldon, que toca hoje e amanhã em São Paulo


Time que se apresenta no Sesc Pinheiros tem Hyldon, Black Rio, Toni Tornado e "novatos" como Max de Castro

Organizador da reunião, Simoninha diz que é preciso encarar a soul music como um movimento cultural, e não só um estilo musical

RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Stevie Wonder e Wilson Simonal. Marvin Gaye e Tim Maia. Em meados dos anos 70, no subúrbio carioca, você podia entrar em um baile e ouvir com naturalidade essa mistura, fazendo a trilha sonora para o balanço dos cabelos afros, sapatos plataforma e calças boca-de-sino das centenas de freqüentadores, a grande maioria negros.
Era um movimento social e musical que se definiu em artistas que buscavam a fusão perfeita da soul music americana com a música brasileira. Acontece hoje e amanhã no Sesc Pinheiros um evento dedicado exatamente a esse momento histórico: "Soul do Brasil" é o nome do show criado e dirigido por Wilson Simoninha para homenagear esse chamado Movimento Black Brasileiro, com a participação de artistas como Toni Tornado, Hyldon, Carlos Dafé e Luiz Vagner.
Passando ainda pelo samba-funk com gosto de jazz de gafieira da Black Rio e pelo balanço de Bebeto, chegando aos mais contemporâneos Max de Castro e Cláudio Zoli, o evento tem se propõe a homenagear o "espírito da música negra brasileira", como diz Simoninha. "A soul music no Brasil ainda é vista como uma coisa muito secundária", afirma ele. "Mas, na verdade, é algo muito importante. Se a gente olhar tudo não como um estilo, mas juntando as pontas como um movimento, perceberá que é algo muito forte na música brasileira."
Quem assina embaixo é Hyldon, autor de canções como "Na Rua, na Chuva, na Fazenda". "Essa iniciativa é muito legal para juntar as peças, porque a gente nunca teve uma organização de movimento. A gente só se juntava para tocar, não ficava discutindo as coisas." Sobre as influências musicais que amarram tudo, Hyldon vê origens ainda mais antigas do que o soul ou a própria música brasileira. "A relação é que tudo vem do afro. O soul e o blues vêm dos negros da África, assim como o samba e o reggae."
Simoninha concorda: "Isso é algo que vem desde Pixinguinha, passa pelo samba".


SOUL DO BRASIL
Quando: hoje, às 21h, e amanhã, às 18h
Onde: Sesc Pinheiros (r. Paes Leme, 195, Pinheiros, tel. 3095-9400)
Quanto: de R$ 10 a R$ 20



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