São Paulo, sábado, 23 de janeiro de 2010

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Crítica/ "Astro Boy"

Desenho animado de estilo retrô tem bom humor e referência a vários filmes

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

Adaptação de um famoso personagem japonês de mangá que virou série de TV nos anos 60, o desenho animado "Astro Boy" é uma boa surpresa, que pode ser apreciado por pais e filhos.
Embora longe de ser uma superprodução como as da Pixar, o filme tem um estilo visual retrô e elegante, além de bom humor e um certo encanto, que faltaram a alguns recentes lançamentos infantis, como o badalado "Alvin e os Esquilos 2".
A trama futurista mistura "Pinóquio" e "Frankenstein": o menino Toby mora em Metro City, uma cidade que flutua no espaço e onde robôs existem apenas para servir aos humanos. Toby tem um futuro brilhante: é o melhor aluno da classe e filho do genial Dr. Tenma, um cientista especializado em construir robôs de última geração.
A história vira uma tragédia quando Toby morre durante um teste conduzido por seu pai. Arrasado, o cientista resolve criar uma versão robótica do filho, transferindo para um clone metálico todos os sentimentos e memórias do menino. O Dr. Tenma cria Astro Boy, o robô perfeito, capaz de voar e dono de uma força incrível.
O filme consegue, com bom humor e inteligência, tratar de temas complexos como a morte, a luta de classes e o preconceito. Astro Boy acaba expulso da cidade pelo temido Presidente Stone, um reacionário obcecado com poderio militar, e vai parar na Terra, que a essa altura só serve como depósito de lixo. Lá -ou melhor, aqui- encontra uma sociedade paralela, formada por robôs e humanos descartados pelo "primeiro mundo" de Metro City.
"Astro Boy" faz alusão a diversos outros filmes: a cidade flutuante é uma óbvia referência a "Wall-E". Há uma engraçada batalha de robôs, que imita "Gladiador", e uma inesperada alusão a "Freaks" (1932), um clássico dirigido por Tod Browning (de "Drácula", com Bela Lugosi), sobre aberrações circenses que se unem para vingar um colega. Qualquer filme que tire o chapéu para "Freaks" já merece ser visto.
Avaliação: bom



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