DA REDAÇÃO

Na nova série de exposições que o Centro Universitário Maria Antonia inaugura hoje, a arquitetura toma lugar especial como destaque em três das cinco mostras.
Logo no primeiro andar, o mineiro radicado no Rio Afonso Tostes exibe "Apoio", uma série de 13 esculturas em madeira que dialogam fortemente com construções -do corpo humano, de prédios, da própria natureza.
Realizadas a partir de colunas de sustentação usadas (e descartadas) em construções de edifícios, as peças "começam revelando formas que lembram ossos humanos e chegam a formas semelhantes às de galhos de árvore", reforça o artista.
No andar de cima, José Spaniol usa uma sala já famosa na Maria Antonia por suas seis colunas, que acabam "intervindo", meio por acidente, em exposições ali realizadas, e as reproduz fielmente em cerca de 20 clones, dispostos simetricamente.
Renata Tassinari apresenta uma série de pinturas recentes em que o contraste das cores aparece mais forte do que em sua produção anterior. "Há um certo aspecto mais espacial, com cores mais definidas e maior relação da cor com a luminosidade", explica Tassinari. Com o uso de placas de acrílico em algumas das telas, a artista reforça um aspecto intermediário "entre pintura e objeto". "E há um aspecto nas obras que se refere a fachadas, no sentido de um pensamento mais ligado à arquitetura, de haver uma estrutura", completa.
Deixando a arquitetura, a exposição "Escrita à Mão", de Arnaldo Antunes, mostra uma série de monotipias feitas com tintas de carimbo. Em obras intituladas "Cérebro Sexo", "Olho Boca", "Céu Hell", o cantor/poeta/artista plástico explora dualidades através da distribuição espacial e do próprio significado das palavras. Alguns dos trabalhos foram mostrados em 2002 na Fundación Centro de Estudos Brasileiros.
A pintura é ainda reforçada pela presença do equatoriano Leopoldo Ponce, que, em sua exposição "Endoscópio", mostra seis guaches e um back-light.
(ALEXANDRA MORAES)