IRINEU FRANCO PERPETUO
especial para a Folha

A mais destacada pianista brasileira do momento faz apresentação única na cidade. Cristina Ortiz dá recital hoje na Sala São Paulo.
Radicada em Londres desde os anos 70, Ortiz, 49, tem currículo internacional de peso, incluindo o primeiro prêmio no 3º Concurso Internacional Van Cliburn e concertos com algumas das principais orquestras do planeta, como a Filarmônica de Berlim e a Sinfônica de Londres, além de um duo com o violoncelista Antonio Meneses, com o qual voltou a tocar depois que este se separou da pianista filipina Cecile Licad, com quem era casado.
Dona de um estilo apaixonado e voluntarioso, Ortiz tem mais de 30 discos gravados, por multinacionais como a London/Decca e a EMI. Recentemente, esta última lançou em CD o LP no qual ela toca as "Bachianas Brasileiras nº 3", de Villa-Lobos, sob regência de Vladimir Ashkenazy.
Em sua única apresentação paulistana, a pianista foge do menu Chopin/Liszt/Schumann, preferindo optar por obras raramente executadas e de autores menos conhecidos.
Além de Poulenc, Mompou e Grieg, a primeira parte do recital traz um improviso de Wilhelm Stenhammar (1871-1927), compositor sueco virtualmente ignorado no Brasil, cujos concertos para piano e orquestra Ortiz gravou para o selo escandinavo Bis.
A segunda metade é dedicada ao resgate de Frutuoso Viana (1896-1976), pianista e compositor mineiro que foi aluno de Henrique Oswald no Rio de Janeiro, vindo a estudar posteriormente em Berlim.
Entre as obras de Viana a serem interpretadas no concerto de hoje estão peças de inequívoco sabor nacional, como as "Sete Miniaturas sobre Temas Populares Brasileiros" e "Variações sobre um Tema Popular".
A mais conhecida de todas é o "Corta-Jaca" -que tira seu nome de uma dança que aparece com frequência no interior da Bahia e Minas Gerais.



Concerto: Cristina Ortiz (piano)
Quando: hoje, às 21h
Onde: Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, s/n., tel. 223-5199)
Quanto: R$ 5 a R$ 20


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