São Paulo, quinta-feira, 26 de agosto de 2010 |
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CRÍTICA AÇÃO "Par Perfeito" falha tanto como comédia quanto como ação
FLAVIA CESARINO COSTA ESPECIAL PARA A FOLHA Comédia de ação: este é o subgênero que "Par Perfeito" nos propõe. Jen Kornfeldt (Katherine Heigl) viaja à Riviera Francesa com os pais para se recuperar do final de uma relação. Ali, encontra o homem dos sonhos no charmoso Spencer Aimes (Ashton Kutcher), com quem se casa sem saber que o eleito é um superespião com licença para matar. Spencer está cansado dessa vida e quer mesmo é viver pacatamente, mas a secreta vida de perigos volta para atormentá-lo. O cinema de Hollywood gosta de abordar os problemas da vida familiar no subúrbio, o relacionamento com os sogros, o medo da relação conjugal degringolar em tédio e rotina, postos em contraste com a emoção da vida de agentes secretos. Em "Par Perfeito", a conexão aparece quando os vizinhos de subúrbio, aqueles chatos que se metem na vida do casal, subitamente se transformam em inimigos mortais, ameaçando a vida do casal. Pois há coisas do passado não reveladas. A questão central do filme, que é o modo como as mentiras funcionam dentro do casal, está retratada na chave simplista da moral norte-americana. Aqui a metáfora é simplória e forçada, mas não precisava ser assim, já que a indústria sabe fazer coisas melhores. Falta a sutileza das boas produções de Hollywood, aquelas que se esmeram em construir a mistura do doméstico e do arriscado com verossimilhança. O filme não funciona nem como comédia romântica nem como filme de ação. É apenas uma produção de segunda linha, feita para ocupar espaço nos pacotes que as distribuidoras empurram com filmes de "casais em ação" melhores, tais como "Encontro Explosivo", com Tom Cruise e Cameron Diaz. FLAVIA CESARINO COSTA é autora de "O Primeiro Cinema" (Azougue, 2005)
PAR PERFEITO |
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