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Daulte usa psicanálise como palco do drama
"Criminal", do dramaturgo argentino, ganha montagem brasileira de Pedro Granato
MARCOS GRINSPUM FERRAZ
DE SÃO PAULO
Um psicanalista entra
exaltado no consultório de
um colega de profissão, para
tentar evitar que um crime
aconteça. O risco, diz ele, é
que sua paciente Diana seja
assassinada por Carlos, paciente do colega.
Esse momento tenso, mas
com certa comicidade, é só o
início da trama de "Criminal". Carlos e Diana são marido e mulher. O envolvimento
(inclusive amoroso) entre todos os personagens vai além
do que se supõe. A ética psicanalítica, aqui, é particular.
A peça, do dramaturgo argentino Javier Daulte, ganha
montagem no Brasil sob direção de Pedro Granato e faz
parte da renovada cena teatral do país vizinho que se desenvolveu após última ditadura militar (1976-1983).
Daulte, 47, se destacou
desde os anos 1990 com suas
comédias dramáticas, misturando, por vezes, tons realistas a situações absurdas, como em "Criminal", de 1996.
"Não mais absurdas do que a
vida", diz o dramaturgo.
Segundo ele, que já estudou psicologia, o consultório
sempre lhe pareceu um cenário privilegiado para se poder
contar uma história.
Melhor ainda se ela envolver questões amorosas. "Um
personagem loucamente
apaixonado é capaz de qualquer coisa. E isso é um prato
cheio para um dramaturgo."
Na montagem de Granato,
uma estrutura coberta por insulfilme no palco propõe um
jogo em que consultórios se
confundem com salas de interrogatórios. Daulte acompanhou parte do processo de
criação em São Paulo
CRIMINAL
QUANDO sex. e sáb., às 21h30;
até 2/10
ONDE Sesc Pinheiros (r. Paes
Leme, 195, tel. 0/xx/11/3095-9400)
QUANTO de R$ 20
CLASSIFICAÇÃO 16 anos
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