São Paulo, quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Daulte usa psicanálise como palco do drama

"Criminal", do dramaturgo argentino, ganha montagem brasileira de Pedro Granato

MARCOS GRINSPUM FERRAZ
DE SÃO PAULO

Um psicanalista entra exaltado no consultório de um colega de profissão, para tentar evitar que um crime aconteça. O risco, diz ele, é que sua paciente Diana seja assassinada por Carlos, paciente do colega.
Esse momento tenso, mas com certa comicidade, é só o início da trama de "Criminal". Carlos e Diana são marido e mulher. O envolvimento (inclusive amoroso) entre todos os personagens vai além do que se supõe. A ética psicanalítica, aqui, é particular.
A peça, do dramaturgo argentino Javier Daulte, ganha montagem no Brasil sob direção de Pedro Granato e faz parte da renovada cena teatral do país vizinho que se desenvolveu após última ditadura militar (1976-1983).
Daulte, 47, se destacou desde os anos 1990 com suas comédias dramáticas, misturando, por vezes, tons realistas a situações absurdas, como em "Criminal", de 1996.
"Não mais absurdas do que a vida", diz o dramaturgo.
Segundo ele, que já estudou psicologia, o consultório sempre lhe pareceu um cenário privilegiado para se poder contar uma história.
Melhor ainda se ela envolver questões amorosas. "Um personagem loucamente apaixonado é capaz de qualquer coisa. E isso é um prato cheio para um dramaturgo."
Na montagem de Granato, uma estrutura coberta por insulfilme no palco propõe um jogo em que consultórios se confundem com salas de interrogatórios. Daulte acompanhou parte do processo de criação em São Paulo

CRIMINAL
QUANDO sex. e sáb., às 21h30; até 2/10
ONDE Sesc Pinheiros (r. Paes Leme, 195, tel. 0/xx/11/3095-9400)
QUANTO de R$ 20
CLASSIFICAÇÃO 16 anos


Texto Anterior: Crítica/Drama: Sam Shepard ganha uma interpretação vigorosa
Próximo Texto: Scandurra celebra 21 anos de carreira solo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.