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São Paulo, quarta-feira, 26 de novembro de 2003

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Arquitetura e história travam diálogo pelo Rio

DA REPORTAGEM LOCAL

Um livro sobre a evolução urbana do Rio de Janeiro no século 18 construiu uma ponte sobre dois campos de estudo que até recentemente pouco dialogavam: arquitetura e história. "O Rio de Janeiro Setecentista" é um bom exemplo de uma área de pesquisa que está dando bons frutos em anos recentes graças a um saudável enfoque multidisciplinar.
"Os estudos urbanísticos sobre as cidades brasileiras no período colonial têm sido escassos, em parte por serem poucos os arquitetos interessados no aprofundamento da história, como ramo consorciado ao saber arquitetônico, em função da falta de incentivo à pesquisa histórica nos cursos universitários de arquitetura", escreve o autor, Nireu Cavalcanti, na apresentação do livro, adaptado de tese de doutorado apresentada na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) em 1997.
Cavalcanti, diretor da Escola de Arquitetura e Urbanismo da UFF (Universidade Federal Fluminense) buscou a "integração de olhares de procedência diversa" sobre a mais importante cidade colonial portuguesa na América em um período particularmente significativo e definidor da sua evolução, o período de 1710 a 1810.
O livro descreve os condicionantes, físicos e sociais, responsáveis pela fisionomia da cidade; mostra os "tipos urbanos" que a habitam; e analisa a distribuição das edificações pelas freguesias urbanas.
Em 1710, um corsário francês, Jean François Duclerc, tenta tomar a cidade, mas falha. No ano seguinte, seu colega René Duguay-Trouin tem sucesso na empreitada. Em 1763, o Rio se torna a capital da colônia, substituindo Salvador.
Depois da transferência da corte portuguesa ao Rio, em 1808, as instituições fundamentais da monarquia são recriadas aqui. Uma delas foi a Academia Militar, em 1810, "berço da engenharia brasileira".
Como seria de se esperar, a edição inclui um grande material iconográfico. (RICARDO BONALUME NETO)


O RIO DE JANEIRO SETECENTISTA. Autor: Nireu Cavalcanti. Editora: Jorge Zahar. Quanto: R$ 52 (460 págs.).


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