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Arquitetura e história travam diálogo pelo Rio
DA REPORTAGEM LOCAL
Um livro sobre a evolução urbana do Rio de Janeiro no século
18 construiu uma ponte sobre
dois campos de estudo que até recentemente pouco dialogavam:
arquitetura e história. "O Rio de
Janeiro Setecentista" é um bom
exemplo de uma área de pesquisa
que está dando bons frutos em
anos recentes graças a um saudável enfoque multidisciplinar.
"Os estudos urbanísticos sobre
as cidades brasileiras no período
colonial têm sido escassos, em
parte por serem poucos os arquitetos interessados no aprofundamento da história, como ramo
consorciado ao saber arquitetônico, em função da falta de incentivo à pesquisa histórica nos cursos
universitários de arquitetura", escreve o autor, Nireu Cavalcanti,
na apresentação do livro, adaptado de tese de doutorado apresentada na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) em 1997.
Cavalcanti, diretor da Escola de
Arquitetura e Urbanismo da UFF
(Universidade Federal Fluminense) buscou a "integração de olhares de procedência diversa" sobre
a mais importante cidade colonial
portuguesa na América em um
período particularmente significativo e definidor da sua evolução, o período de 1710 a 1810.
O livro descreve os condicionantes, físicos e sociais, responsáveis pela fisionomia da cidade;
mostra os "tipos urbanos" que a
habitam; e analisa a distribuição
das edificações pelas freguesias
urbanas.
Em 1710, um corsário francês,
Jean François Duclerc, tenta tomar a cidade, mas falha. No ano
seguinte, seu colega René Duguay-Trouin tem sucesso na empreitada. Em 1763, o Rio se torna a
capital da colônia, substituindo
Salvador.
Depois da transferência da corte
portuguesa ao Rio, em 1808, as
instituições fundamentais da monarquia são recriadas aqui. Uma
delas foi a Academia Militar, em
1810, "berço da engenharia brasileira".
Como seria de se esperar, a edição inclui um grande material
iconográfico.
(RICARDO BONALUME NETO)
O RIO DE JANEIRO SETECENTISTA.
Autor: Nireu Cavalcanti. Editora: Jorge
Zahar. Quanto: R$ 52 (460 págs.).
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