São Paulo, Quarta-feira, 27 de Outubro de 1999
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EVENTO
Filme de Daniela Thomas e Walter Salles passou ontem no Unibanco
"O Primeiro Dia" embala discussão sobre o Brasil

especial para a Folha


Globalização, exclusão social, desemprego. Os assuntos discutidos não faziam a pauta de uma reunião no Congresso, mas do "2000 Visto por...", debate organizado na terça passada pela Folha, 23ª Mostra de Cinema e Espaço Unibanco.
O teor político da mesa-redonda se deu graças à exibição de "O Primeiro Dia", às 21h, antes do debate mediado por Leon Cakoff, diretor da Mostra de Cinema.
O filme, de Daniela Thomas e Walter Salles, fala sobre os excluídos sociais e a classe média à virada do ano, a esperança e chance de progresso e conciliação.
Salles e Daniela Thomas, o deputado federal e colunista da Folha Fernando Gabeira, o escritor Zuenir Ventura e o psicanalista Jurandir Freire Costa comentaram o filme e a situação do Brasil, debatendo com o público que lotou a sala 1 do Unibanco.
Zuenir Ventura leu um texto escrito sobre o impacto que "O Primeiro Dia" lhe causou. Depois, comentou que o Rio de Janeiro é um "trailer do Brasil", que evidencia seus contrastes sociais.
Gabeira, que também teceu fortes elogios ao filme, disse que a situação do país tende a piorar, a curto prazo, com o desemprego.
Já Freire citou Freud: "O infeliz não pode ser solidário". Fez uma analogia dos animais dizendo que as "trutas sobrevivem porque nadam contra a corrente, como Salles e Thomas e seu filme".
E Salles citou Brecht para resumir seu filme: "Aquilo que nós mais tememos pode trazer nossa libertação", disse, se referindo aos marginalizados pelas elites. (PSL)


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