São Paulo, Sábado, 27 de Novembro de 1999


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DISCO/CRÍTICA
Música é menos firme que discurso

da Reportagem Local

Independente por excelência e por constituição, Edvaldo Santana crava novas marteladas nos velhos pregos em seu novo disco, "Edvaldo Santana".
Investe em parcerias que acariciam a arte de bem compor -com Itamar Assumpção em "Blues Caboclo", com Arnaldo Antunes na amarga "Beija-Flor" ("um beija-flor bebeu/ da boca do tubo de soro/ preso ao meu braço"), com Felix de Santana Braga em "Sonho Azul", com Ademir Assunção em várias faixas.
Compositor solitário -em "Paulistanóide", "Mestiça", "Covarde"-, repete a mesma carícia.

Aspereza
Amadurecendo/envelhecendo, vê sua voz áspera por natureza ficar mais rouca, mais doída. Não é fácil de ouvir.
Também não é suave o discurso, especialmente o de "Covarde": "Você diz que é publicitário, que transforma canalha em herói, sua alma é um extrato bancário, não importa se cria ou destrói (...), mas se entram no vizinho você finge que não vê, apaga a luz, fica quietinho e não é nada com você. Covarde, você não passa de um covarde". Se é música, o recado é claro.
Contrastando com a firmeza de discurso, o entorno musical -se é música- titubeia mais. Edvaldo é renitente no reggae, numa latinidade um pouco antibrasileira.
A produção, dele e de Luiz Waack, muitas vezes é de menos, mais para lá do que para cá.
São as penas da independência, mas esse parece ser mesmo o caminho dele.
(PEDRO ALEXANDRE SANCHES)


Avaliação:   


Disco: Edvaldo Santana Artista: Edvaldo Santana
Lançamento: Tom Brasil Estúdio Quanto: R$ 20, em média


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