VALMIR SANTOS
free-lance para a Folha

O cantor e compositor Edvaldo Santana, 44, mostra canções do seu terceiro disco homônimo em show gratuito hoje à tarde, no parque Aclimação. Ele é atração do projeto "Clima do Som", da prefeitura.
Filho de pais nordestinos, nascido e criado em São Miguel, na zona leste da cidade, Santana acredita que esse é o disco que melhor sintetiza a sua identidade artística, ou "caldeirão sonoro".
"Atingi um amadurecimento que vinha buscando há anos, misturando a música negra do jazz, do rap, do blues, com as coisas boas que herdei das minhas origens, como o baião, o choro, o samba urbano", descreve.
O "calo" na voz, que acentua a rouquidão, é marca registrada do cantor. Alguns críticos já o rotularam de Tom Waits tupiniquim, referência ao músico americano.
Santana será acompanhado pelos músicos que gravaram o CD: Mintcho Garramone (baixo), Eduardo Batistela (bateria), Ricardo Garcia (percussão) e Luiz Waack (guitarra), este também co-produtor.
Para o show de "lançamento diurno", como brinca o cantor (o "noturno" está agendado para janeiro, no Sesc Pompéia), Santana interpreta composições da nova safra, como "Covarde" (dele), "Blues Caboclo" (parceria com Itamar Assumpção) e "Beija Flor" (com Arnaldo Antunes).
Também inclui músicas dos discos anteriores, "Lobo Solitário" (93) e "Tá Assustado?" (95).
O cantor aposta no seu projeto independente, lá se vão 25 anos de carreira. "Não basta ser independente só no mercado, é preciso ser também nas idéias", filosofa.


Show: Edvaldo Santana
Quando: hoje, 16h
Onde: pq. da Aclimação (r. Muniz de Souza, 1.119)
Quanto: grátis


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