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INSTRUMENTAL
Mané Silveira e Swami Jr. fazem show em que cruzam choro de Pixinguinha com jazz de Django Reinhardt
Duo magnetiza MIS com ecletismo de "Ímã"
CARLOS BOZZO JUNIOR
especial para a Folha
Sempre houve no mercado fonográfico tentativas de estipular ligações entre o choro e o jazz, por
meio da música instrumental brasileira. No entanto, poucas são tão
bem-sucedidas quanto o CD
"Ímã", que será lançado em show
hoje, às 21h30, no Museu da Imagem e do Som (MIS).
No espetáculo, assim como no
CD, o duo Mané Silveira, 42, e Swami Jr., 40, ambos paulistanos,
compositores, arranjadores e instrumentistas, somam suas experiências e produzem uma sonoridade inusitada.
Associando compositores como
Pixinguinha (1897-1973) e Django
Reinhardt (1910-1953), Swami expande o som de um violão de sete
cordas -instrumento absolutamente brasileiro- junto ao sax de
Silveira.
O conceito do trabalho traz, além
do lado livre expresso nas improvisações, um compromisso muito
grande com os arranjos.
"Trabalhando os arranjos, conseguimos achar um equilíbrio entre os dois instrumentos, sem descaracterizá-los. Há temas em que o
violão faz as linhas de baixo, e, às
vezes, utilizo as partes mais graves
para acompanhar, quando não é o
sax que está me acompanhando",
disse o violonista do duo, em entrevista à Folha.
Swami Antunes de Campos Júnior começou na música estudando violão clássico, até escutar o
violonista Baden Powell, que o fez
enveredar pelo caminho do popular, resultando em sua mudança
para a Europa, onde viveu e executou choros durante três anos e
meio.
"Em Paris, tive muito contato
com o jazz. Lá, assisti um show do
Weather Report com o Jaco Pastorious (1951-1987). Pirei, vim ao
Brasil e comprei um baixo", disse o
violonista, que também é baixista,
e já tocou com músicos como Luiz
Melodia, Chico César e Elba Ramalho, entre outros.
Manuel Carlos de Campos Silveira não concluiu o curso de direito
para estudar música com Hans
Joachim Koellreutter, Cláudio Leal
Ferreira, Nelson Ayres e Roberto
Sion, antes de tocar com Arrigo
Barnabé, Johnny Alf, Naná Vasconcellos e uma quase infinidade
de artistas brasileiros.
"Quando tinha apenas dois anos
de instrumento, fui tocar com o
Arrigo, na banda Sabor de Veneno. Eram coisas difíceis para mim,
eu não entendia muito bem o que
era aquilo. Os arranjos eram completamente malucos. Hoje, sei que
foi um ótimo aprendizado", disse
o saxofonista.
No repertório do espetáculo, estão músicas compostas pelo duo,
além de temas como "Waving", do
saxofonista Vítor Assis Brasil
(1945-1981) e "26-2", do tenorista
John Coltrane (1926-1967), entre
outras.
Show: Ímã
Artistas: Mané Silveira e Swami Jr.
Quando: hoje, às 21h30
Onde: MIS - Museu da Imagem e do Som
(av. Europa, 158, Jardim Europa, tel. 852-9197)
Quanto: entrada franca
Disco: Ímã
Artistas: Mané Silveira e Swami Jr.
Lançamento: Núcleo Contemporâneo
Quanto: R$ 18 (em média)
Avaliação:
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