São Paulo, domingo, 28 de outubro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FREE JAZZ FESTIVAL

Latinos dominam a noite dos novos

DA REPORTAGEM LOCAL

A América Latina está em foco hoje no Free Jazz 2001 e confere ao palco dedicado às novas tendências uma cor multiculturalista. Ocupam o palco New Directions do festival, a partir das 19h, o Nordeste brasileiro, com o Cordel do Fogo Encantado, a Colômbia, com o Sidestepper, e Cuba, com os Orishas.
Formado em Arcoverde, a 252 km de Recife (PE), o Cordel do Fogo Encantado tem origem teatral e costuma brincar com elementos como poesia popular e de cordel, embolada e outros ritmos pernambucanos, percussão e presença de palco (Lirinha, 24, o líder do grupo, já foi rotulado de "Jim Morrison brasileiro").
"Cordel do Fogo Encantado", o álbum independente com que o grupo estreou em disco, foi lançado no início deste ano e conta com produção musical do histórico percussionista pernambucano Naná Vasconcelos. Entre as faixas, aparecem títulos como "A Chegada de Zé do Né na Lagoa de Dentro", "Chamada dos Santos Africanos", "Os Oím do Meu Amor" e "Ai se Sesse".
Em seguida vem o Sidestepper. Sediado em Bogotá, o grupo é coordenado por um produtor inglês (Richard Blair, que já trabalhou com Brian Eno e Peter Gabriel) e tem formação itinerante de músicos.
O mais recente disco, "More Grip" (2000), foi editado no Brasil neste ano pela gravadora Trama. Antes, a banda lançou "Southern Star" (97) e o EP "Logozo" (99).
Reprocessamento eletrônico (com elementos de tecno e drum'n'bass) de gêneros latinos tradicionais, como salsa e cumbia, é o eixo musical do grupo, que costuma se fazer acompanhar por DJs no palco.
Quem fecha a noite das "novas direções" é o festejado grupo de hip hop Orishas. Cubanos radicados em Paris, os Orishas fazem rap adotando matrizes como a música tradicionalista de Compay Segundo, ícone da velha-guarda de Cuba (regravaram em hip hop sua "Chan Chan", renomeada "537 Cuba").
De nome inspirado no culto aos orixás afro-cubanos, o grupo é formado pelos rappers Yotuel "Guerrero" Manzanares, Hiram "Ruso" Riverí, Liván "Flaco-Pro" e Roldán Rivero.
O disco de estréia dos Orishas, "A lo Cubano" (2000), foi produzido pelo francês Niko. Também já ganhou edição no Brasil, pela Universal Music.


Texto Anterior: 25ª Mostra BR de Cinema de São Paulo - "En la Puta Vida": "Linda mulher" perde a maquiagem
Próximo Texto: Pose: Individualização do look é a pedida do evento hoje
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.