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ARTES PLÁSTICAS
Mostra ocupa casarão dos anos 50 com trabalhos de cinco artistas feitos especialmente para o local
"In Situ" busca no espaço cotidiano os lugares da videoarte
ALEXANDRA MORAES
DA REDAÇÃO
Uma casa dos anos 50 abriga,
em alguns de seus cômodos,
obras de videoarte que invadem
os espaços da casa que pertenceu
à família Bonfiglioli e hoje é sede
do Instituto Cine Cultural.
A mostra tem curadoria de
Evangelina Seiler e Ivana Bentes e
foi chamada "In Situ" ("no lugar"), título que tenta refletir o fato de todas as obras terem sido
criadas especialmente para o lugar em que são expostas.
Logo no hall da casa, Cao Guimarães mostra uma de suas "raivinhas" que compõem um "Inventário de Raivinhas", em que
pequenas situações irritantes do
cotidiano são evidenciadas.
Na biblioteca, Cao e Rivane
Neuenschwander exibem "Volta
ao Mundo em Algumas Páginas",
nascido de uma brincadeira filmada numa biblioteca em Estocolmo. Os artistas colocaram pedaços do mapa-múndi entre as
páginas dos livros e documentaram a ação. Depois, juntaram à
obra pedaços de filmes em super 8
e arremataram-no com uma sequência final em que prevalece o
lirismo. "É até um pouco na contracorrente da arte contemporânea, que é mais bruta, mais imediata", diz Cao. "Essas imagens
remetem ao futuro: a uma viagem
literária ou a uma viagem física
mesmo. É ainda uma brincadeira
entre ler o mundo/ler o livro."
Na sala ao lado, Jurandir Müller
e Kiko Goifman armam um jogo
de projeções e sobreposições em
"Contágio/Imagens". Resultante
do trabalho anterior da dupla,
"Coletor de Imagens", a instalação apresentada agora usa algumas das imagens coletadas pelo
interior de São Paulo. "É um trabalho que dignifica as imagens de
anônimos", diz Jurandir. "Os
anônimos quase sempre aparecem de maneira um pouco humilhante, em pegadinhas, videocassetadas etc. Aqui, criamos um
ambiente onírico que busca uma
melhor compreensão dessa imagem", explica o artista.
No jardim, uma videoescultura
de Gabriela Greeb busca no rio
heraclítico ("tudo flui") um "efeito de hipnose". Um filme em que
um mesmo recipiente aparece
sendo enchido de água em três velocidades (numa espécie de tríptico) é projetado sobre uma tela de
vidro, formando uma sequência
de transparências justapostas, e
tudo envolto em projeto paisagístico de Marcelo Faisal. "A real
proposta é a de entrar em um outro tempo", explica Gabriela.
IN SITU. Quando: hoje, às 20h; de ter. a
sáb., das 12h às 21h. Onde: Instituto Cine
Cultural (av. Rebouças, 3.507, tel. 3819-1666). Quanto: entrada franca.
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