da Reportagem Local

O historiador suíço Jacob Burckhardt (1818-1897) é tema de duas conferências gratuitas que se realizam hoje, a partir das 16h, no auditório de geografia da USP, na Cidade Universitária.
A primeira, a cargo de Achatz von Müller, professor da Universidade da Basiléia, na Suíça, trata da ironia e da melancolia no trabalho de Burckhardt como historiador. A segunda conferência, sobre o papel de Burckhardt na história das artes, será ministrada por Susanne Müller Ghelardi, pesquisadora da Escola Normal Superior de Pisa, na Itália.
Nascido no mesmo ano de Karl Marx (1818-1883), Burckhardt lecionou a maior parte de sua vida na Basiléia, cidade do filósofo renascentista Erasmo, do filósofo Friedrich Nietzsche, de quem foi colega, e do psicólogo C. G. Jung.
Entre as maiores obras de Burckhardt estão a "Civilização do Renascimento na Itália", em que analisa o surgimento do humanismo e do indivíduo moderno, e "História da Cultura Grega", sobre a antiguidade clássica. Suas anotações de aula, editadas sob o título "Considerações Sobre a História Universal", explicitam seu método de análise histórica.
Aluno do também historiador Leopold von Ranke, Burckhardt era avesso à teleologia (evolução progressiva da história em direção à perfeição), que marcou o pensamento alemão de Hegel a Marx. Enfatizando a relatividade de todo conhecimento histórico, sublinhou sempre a interferência do sujeito sobre a matéria de que se ocupava. Era considerado um grande estilista da língua.
Cético quanto à evolução da humanidade, Burckhardt foi influenciado pelo pessimismo filosófico de Arthur Schopenhauer.