São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 2008

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Série "Babilaques", de Waly Salomão, chega hoje a SP

Exposição no Sesc Pinheiros, que abre amanhã ao público, traz 90 fotografias dos cadernos de criação do poeta baiano

Além das fotografias dos "Babilaques", mostra tem letras de poemas de Waly registradas em 1972, no Rio de Janeiro, por Ivan Cardoso


DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de uma passagem pelo Rio de Janeiro, chega hoje ao Sesc Pinheiros, em São Paulo, para convidados, e amanhã, para o público em geral, a exposição "Babilaques". Série produzida pelo poeta, letrista e produtor cultural baiano Waly Salomão (1943-2003) nos anos 70, entre Rio, Salvador e Nova York, "Babilaques" é composta por 90 fotografias de seus cadernos de criação. Esses eram abertos em uma certa página escolhida pelo artista e fotografados em diversos ambientes inusitados, também determinados pelo poeta.
Às 21 séries que estarão expostas foram acrescentadas reproduções das letras do poema "Alfa Alfavela Ville", também de Waly, feitas em madeira, na década de 70, pelos artistas plásticos Oscar Ramos e Luciano Figueiredo -este fez a curadoria da exposição.
As letras, que medem 1,40 m de altura por 75 cm de largura, fizeram parte de uma performance coletiva com artistas na praia de Copacabana, registrada em 1972 pelo cineasta Ivan Cardoso para a revista "Navilouca". Estas fotografias também estarão na exposição.
Waly chamava os "Babilaques" de "performances poético-visuais". Ele voltou a usar a expressão na composição "Remix Século 20", de 1999, feita com Adriana Calcanhotto.

Comparações
Segundo Luciano Figueiredo, a série "Babilaques" é comparável à produção de artistas como os franceses Guillaume Apollinaire, Jean Arp e Picabia, o alemão Kurt Schwitters e o russo Dziga Vertov.
Em um texto feito para o catálogo da mostra, o poeta e compositor Arnaldo Antunes escreveu que "babilaques são poemas e não são poemas, são fotos e não são fotos, são colagens e não são colagens, objetos e não objetos. Reivindicam lugar único, como uma nova modalidade artística. Por isso Waly criou esse nome-conceito, palavra inventada que já parece familiar ao nascer".
O catálogo, intitulado "Waly Salomão: Babilaques, Alguns Cristais Clivados", tem ainda colaborações de Luciano Figueiredo, Arto Lindsay, Antonio Cicero, colunista da Folha, e Ericson Pires, além de poema de Armando Freitas Filho, de 1984, dedicado aos "Babilaques" e reproduções de "Babilaques". Publicado pela editora Contra Capa, o livro está à venda nas livrarias por R$ 48.



BABILAQUES
Quando: a partir de amanhã; ter. a sex., das 13h às 22h; sáb., dom. e feriados, das 10h às 19h; até 5/10
Onde: Sesc Pinheiros (r. Paes Leme, 195, tel. 3095-9400)
Quanto: grátis
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 14 anos


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