São Paulo, domingo, 30 de setembro de 2007

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Paulista recebe o radical Greenaway

Cineasta comanda performance com projeção em telões de fragmentos dos filmes sobre seu personagem Tulse Luper

Evento dá início à 16ª edição do Videobrasil, festival que aborda as relações entre cinema, vídeo e artes plásticas

Divulgação
"NoTV', uma das obras de Greenaway


FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Com uma performance do cineasta inglês Peter Greenaway, em plena avenida Paulista, tem início, hoje, às 20h, o 16º Festival Internacional de Arte Eletrônica, o Videobrasil. Neste ano, o festival aborda as relações entre cinema, vídeo e artes plásticas, que tem sido tema de exposições recentes em importantes museus, como o Centro Pompidou, em Paris, e a Hamburger Bahnhoff, de Berlim.
"Esse é um assunto muito em pauta na produção audiovisual, que há tempos pretendíamos abordar", conta Solange Farkas, curadora do festival. Tendo como subtema "Limite: Movimentação da Imagem e Muita Estranheza", a curadora homenageia o cineasta carioca Mario Peixoto, exibindo amanhã, para convidados, "Limite", de 1931. "Se naquela época existisse vídeo, certamente ele [Peixoto] teria usado", diz Farkas.
A performance de Greenaway é a edição ao vivo, com projeção em telões, de fragmentos dos filmes sobre Tulse Luper, personagem que o diretor tem explorado em produções recentes. Greenaway é um dos diretores mais importantes da atualidade, especialmente por suas idéias radicais ("O cinema desperdiça o cinema", costuma dizer), e por produções como "O Cozinheiro, o Ladrão, sua Mulher e seu Amante" (1989) e o recente "Nightwatching", sobre Rembrandt, exibido no Festival de Veneza neste mês.
No Videobrasil, além dos três longas da série Tulse Luper Suitcases, serão exibidos seus curtas em 35 mm e os filmes para TV, todos no Cinesesc. O cineasta ainda comparece com uma no Sesc Paulista, onde apresenta cerca de cem malas com objetos colecionados por Tulse Luper, exposição que tem circulado por outros países e aqui recebe objetos brasileiros.
Além de Greenaway, o festival apresenta, também no Sesc Paulista, obras de outros sete artistas que possuem trabalhos relacionados ao seu tema: Arthur Omar, Carlos Adriano, a dupla Detanico e Lain, Edgard Navarro, Eder Santos, Kenneth Anger e Marcel Odenbach. Alguns serão vistos com produções experimentais dos anos 70, caso de Navarro, outros com uma ampla retrospectiva de sua obra, como o alemão Odenbach.
Já a sessão competitiva do festival, Panoramas do Sul, faz uma leitura abrangente da produção atual, pois depende da inscrição de novos trabalhos. Foram selecionados 66 obras (54 vídeos e 12 loops/instalações), dentre os 791 inscritos.
Dividida em três eixos -Estado da Arte, Investigações contemporâneas e Novos Vetores-, a mostra competitiva traz nomes como o australiano Shaun Gladwell, um dos destaques da última Bienal de São Paulo, o argentino Federico Lamas, o libanês Akram Zaatari, os chineses Ip Yuk-Yiu e Sai Ho Choi e os brasileiros Marcellvs L. e Cao Guimarães. O canal SescTV irá exibir, de 3 a 13 de outubro, às 22h, os trabalhos do Panoramas do Sul. A programação completa está no site www.videobrasil.org.br/16.


16º FESTIVAL INTERNACIONA DE ARTE ELETRÔNICA SESC VIDEOBRASIL
Quando:
hoje, performance às 20h (av. Paulista, 119); abertura para convidados amanhã; exposição de 2 a 25/10, de ter. a dom., das 11h às 20h
Onde: Sesc Avenida Paulista (av. Paulista, 119, tel. 3179-3700) e Cinesesc (r. Augusta, 2.075)
Quanto: entrada franca


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