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Paulista recebe o radical Greenaway
Cineasta comanda performance com projeção em telões de fragmentos dos filmes sobre seu personagem Tulse Luper
Evento dá início à 16ª edição do Videobrasil, festival que aborda as relações entre cinema,
vídeo e artes plásticas
Divulgação
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"NoTV', uma das obras de Greenaway |
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Com uma performance do cineasta inglês Peter Greenaway,
em plena avenida Paulista, tem
início, hoje, às 20h, o 16º Festival Internacional de Arte Eletrônica, o Videobrasil. Neste
ano, o festival aborda as relações entre cinema, vídeo e artes
plásticas, que tem sido tema de
exposições recentes em importantes museus, como o Centro
Pompidou, em Paris, e a Hamburger Bahnhoff, de Berlim.
"Esse é um assunto muito em
pauta na produção audiovisual,
que há tempos pretendíamos
abordar", conta Solange Farkas, curadora do festival. Tendo
como subtema "Limite: Movimentação da Imagem e Muita
Estranheza", a curadora homenageia o cineasta carioca Mario
Peixoto, exibindo amanhã, para convidados, "Limite", de
1931. "Se naquela época existisse vídeo, certamente ele [Peixoto] teria usado", diz Farkas.
A performance de Greenaway é a edição ao vivo, com projeção em telões, de fragmentos
dos filmes sobre Tulse Luper,
personagem que o diretor tem
explorado em produções recentes. Greenaway é um dos diretores mais importantes da
atualidade, especialmente por
suas idéias radicais ("O cinema
desperdiça o cinema", costuma
dizer), e por produções como
"O Cozinheiro, o Ladrão, sua
Mulher e seu Amante" (1989) e
o recente "Nightwatching", sobre Rembrandt, exibido no
Festival de Veneza neste mês.
No Videobrasil, além dos três
longas da série Tulse Luper
Suitcases, serão exibidos seus
curtas em 35 mm e os filmes
para TV, todos no Cinesesc. O
cineasta ainda comparece com
uma no Sesc Paulista, onde
apresenta cerca de cem malas
com objetos colecionados por
Tulse Luper, exposição que
tem circulado por outros países
e aqui recebe objetos brasileiros.
Além de Greenaway, o festival apresenta, também no Sesc
Paulista, obras de outros sete
artistas que possuem trabalhos
relacionados ao seu tema: Arthur Omar, Carlos Adriano, a
dupla Detanico e Lain, Edgard
Navarro, Eder Santos, Kenneth
Anger e Marcel Odenbach. Alguns serão vistos com produções experimentais dos anos
70, caso de Navarro, outros
com uma ampla retrospectiva
de sua obra, como o alemão
Odenbach.
Já a sessão competitiva do
festival, Panoramas do Sul, faz
uma leitura abrangente da produção atual, pois depende da
inscrição de novos trabalhos.
Foram selecionados 66 obras
(54 vídeos e 12 loops/instalações), dentre os 791 inscritos.
Dividida em três eixos -Estado da Arte, Investigações
contemporâneas e Novos Vetores-, a mostra competitiva traz
nomes como o australiano
Shaun Gladwell, um dos destaques da última Bienal de São
Paulo, o argentino Federico Lamas, o libanês Akram Zaatari,
os chineses Ip Yuk-Yiu e Sai Ho
Choi e os brasileiros Marcellvs
L. e Cao Guimarães. O canal
SescTV irá exibir, de 3 a 13 de
outubro, às 22h, os trabalhos
do Panoramas do Sul. A programação completa está no site
www.videobrasil.org.br/16.
16º FESTIVAL INTERNACIONA
DE ARTE ELETRÔNICA SESC
VIDEOBRASIL
Quando: hoje, performance às 20h (av.
Paulista, 119); abertura para convidados amanhã; exposição de 2 a 25/10,
de ter. a dom., das 11h às 20h
Onde: Sesc Avenida Paulista (av. Paulista, 119, tel. 3179-3700) e Cinesesc
(r. Augusta, 2.075)
Quanto: entrada franca
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