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Com 5 videoinstalações, alemão Marcel Odenbach alterna realidade e ficção
DA REPORTAGEM LOCAL
No início dos anos 70, quando o vídeo passou a ser utilizado por artistas, duas vertentes
se configuraram: uma que investigava mais sobre o próprio
meio, especialmente em relação ao formato televisivo, caso
de Bruce Nauman ou Nan June Paik, enquanto outra buscava diálogos com a produção
cinematográfica da época.
Desta última, um dos grandes destaques é o alemão Marcel Odenbach, 54, um dos oito
artistas convidados para o 16º
Videobrasil, que ocupa um andar inteiro no Sesc Paulista,
com cinco videoinstalações e
mais dez filmes exibidos, de
forma ininterrupta, em dois
programas.
"Eu não fiz escola de arte e
fui trabalhar com vídeo porque sempre fui fascinado pelo
audiovisual; queria ter uma
produção independente e por
isso nunca quis fazer cinema,
apesar de ser um espectador
de Godard e Bergman", disse
Odenbach, na montagem de
sua mostra, na última quarta,
em São Paulo.
Odenbach transita entre o
real e o fictício. "Gosto da idéia
de que posso mentir com imagens, pois trabalho com informações objetivas, muitas vezes roubando essas imagens de algum arquivo, e misturando-as a outras que são encenadas", diz o artista.
Na mostra, estão desde seu
primeiro trabalho "Para Ficar
de Bom Humor ou o Desmancha-prazeres", de 1977, até sua
mais recente obra, "Lugares
Perturbados - Cinco Variações
sobre a Índia", finalizado há
poucos dias e produzido pelo
Videobrasil.
Ele também exibe trabalhos
sobre o nazismo ("A Grande
Janela") e o genocídio em
Ruanda ("In Still Waters Crocodiles Lurk" (jacarés espreitam em águas paradas).
(FCY)
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