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ARTES PLÁSTICAS
Mostra na filial Villa-Lobos ensina formas simples de olhar para a produção brasileira feita no século 20
Exposição descobre os planos do MAM
ANA WEISS
DA REDAÇÃO
Colado ao shopping center de
mesmo nome, o MAM Villa-Lobos virou "sala de aula" das mais
interessantes da cidade. Com lições tiradas de um dos principais
acervos de arte moderna e contemporânea do Brasil, o do próprio museu, a filial tem recebido
pequenas mostras que ensinam a
olhar para a arte brasileira do século 20 a partir de aspectos simples e, de certa forma, didáticos.
Desde sexta-feira, por exemplo,
o velho casarão abriga "O Plano
como Estrutura da Forma", exposição de 14 obras de expressões e
técnicas diferentes (como esculturas de Amilcar de Castro e bordados de Leonilson) que, como o
título indica, resumem a história
do uso da superfície na produção
visual brasileira. A mostra é a sexta da série de oito que fecha no fim
do ano com um recorte sobre a
política na arte.
A seleção é assinada pelo curador Tadeu Chiarelli, 46, responsável por um dos períodos mais
prolíficos do MAM e hoje dedicado às suas funções de professor na
USP. Autor do projeto (montado
em 2000, quinto ano de sua gestão
no MAM), ele reconhece o aspecto professoral das exibições que
começaram com uma montagem
sobre o uso da cor na arte brasileira do século passado.
Ele explica que a idéia é apresentar o plano usado pelos artistas
como estrutura ou como figura.
No primeiro caso, encaixam-se
Hélio Oiticica (1937-1980), com
dois guaches, Lygia Clark (1920-1988), com um "Espaço Modulado", e Leonilson (1957-1993).
Moles e palpáveis, os planos de
pano de Leonilson, por exemplo,
são o corpo de seu trabalho, a estrutura da obra. É o caso de
"Cheio, Vazio", bordado realizado no ano de sua morte, feito da
composição de planos unidos pela costura de retalhos em estampas diferentes.
Já a utilização do plano como figura é exemplificada pelo professor Chiarelli principalmente por
pintores: Paulo Pasta e Arcângelo
Ianelli, cada um com uma tela que
ilustra essa situação.
Mas há também objetos volumétricos que podem participar
das duas partes da aula -como
"Pulmão", escultura de celofanes
de maço de cigarro empilhados
por Jac Leirner: é uma construção
geométrica que ganha destaque
diante do bordado colorido de
Leonilson, mesmo sendo feita de
planos transparentes.
O PLANO COMO ESTRUTURA DA
FORMA - mostra de 14 obras do acervo
do Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Onde: MAM Villa-Lobos (av. Nações
Unidas, 4.777, piso 3, tel. 3024-4242).
Curadoria: Tadeu Chiarelli. Até 1º de
setembro. De seg. a sáb., das 10h às 22h,
e aos dom., das 14h às 20h. Quanto:
entrada franca. Patrocinador: Deutsche
Bank.
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