especial para a Folha

A cadeia, embora pareça um espaço isolado, está cada vez mais integrada à sociedade. E, lá, talvez por sua ausência, é que se conhece o significado da palavra liberdade. O fanzine "Xaveco da Júlia", do documentarista Jurandir Müller e do antropólogo Kiko Goifman, que será lançado hoje, com exibição de vídeos na Livraria Futuro Infinito, mostra um pouco disso e muito mais.
Abordando o universo carcerário sob várias óticas, a publicação traz artigos do escritor, roteirista e colunista da Folha Fernando Bonassi, da historiadora Giselle Beiguelman, do cineasta Lucas Bambozzi e do sociólogo Sérgio Arno, entre outros.
Entrevistas com a madrinha dos presos, Rita Cadillac -presente ao evento-, e com o artista plástico Franz Krajcberg, falando sobre liberdade, isolamento e prisão, além de cartas relatando o dia-a-dia do cárcere, fazem parte da publicação, cujo nome foi inspirado em uma das gírias usadas pelos presos.

Glossário
A saber, na página dedicada a gírias, há a definição: ""Xaveco da Júlia" na cadeia é o seguinte: eu na sua frente sou seu amigo e por detrás de você eu vou levar você para um xaveco, vou falar pro cê, "vamos chegar até ali". Então, se você não entender, talvez eu possa até tá te levando você pra morrer". Para se acostumar, outras definições: "sapo" é cadeado, "boi" é banheiro, enquanto "tatu" é o buraco feito, geralmente dentro do "boi", para fugir da cadeia.
(CARLOS BOZZO JUNIOR)


Lançamento: Xaveco da Júlia
Quando: hoje, a partir das 19h
Onde: Livraria Futuro Infinito (r. Oscar Freire, 2303, tel. 3064-5358)
Quanto: entrada franca


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