|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Máquinas sobem mais que os alimentos
da Reportagem Local
Os preços de produtos agrícolas
sofreram redução entre 6,4% e
8,7% ao ano entre 85 e 95.
Nesse mesmo período, o preço
de um trator aumentou 0,95% ao
ano.
A análise econômica usou o
IGP-DI (Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna), informa Luiz Cláudio Caffagni, engenheiro agrônomo, pesquisador
do Centro de Estudos Avançados
em Economia Aplicada da Esalq
(Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz), da USP de Piracicaba (SP).
``A tendência de queda de preços
é mundial'', afirma Caffagni.
De acordo com o pesquisador da
Esalq, no final da década de 60 e
início da de 70, a agricultura viveu
um fenômeno conhecido como revolução verde, devido ao uso de
insumos modernos no campo.
Houve ainda aumento de pesquisas, que desenvolveram sementes melhoradas, como também a utilização de fertilizantes.
Com todos esses implementos, a
produtividade agrícola mundial
aumentou.
A produção, segundo Caffagni,
cresceu acima da previsão.
``Gerou um aumento maior de
oferta do que de demanda. Os preços começaram a cair'', afirma o
pesquisador da Esalq.
Para Caffagni, de 89 para cá,
aconteceu uma certa estabilização
de preços.
Ele acredita que uma nova elevação de preços está começando no
mercado internacional e irá se refletir no comércio brasileiro.
Um dos motivos seria o aumento
de consumo de alimentos por parte dos países asiáticos, principalmente a China.
O consumo irá provocar uma
reação nos preços do trigo, milho
e, principalmente, da soja, afirma
Caffagni.
Produtividade
Para o professor de máquinas e
mecanização agrícola da Unesp de
Botucatu (SP), Carlos Antonio Gamero, o Brasil deveria substituir
pelo menos 50 mil tratores por
ano. Ele afirma que mais da metade dos tratores em operação hoje
no país está sucateada.
Gamero diz que a agricultura
brasileira também deveria consumir anualmente entre 4.000 e 5.000
colheitadeiras.
Em 96, segundo a Anfavea, foram vendidas 899 colheitadeiras.
Em 95, a Anfavea registrou 1.423
colheitadeiras vendidas.
Em janeiro e fevereiro deste ano,
foram vendidas 503 colheitadeiras, mais da metade do que foi
vendido em todo o ano passado.
``Nossa produtividade é baixíssima'', afirma o professor.
A Argentina conseguiu nessa safra, em média, entre 10 t/ha e 11
t/ha de trigo, segundo ele.
No Brasil, diz, a média nacional
varia entre 2 t/ha e 2,5 t/ha.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|