São Paulo, Terça-feira, 05 de Outubro de 1999
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CARNE NOBRE

Abatidos até cinco meses, os bezerros holandeses dão lucro de 20% sobre custos

Fazendeiro troca leite pelo vitelo

SEBASTIÃO NASCIMENTO
enviado especial a Taubaté (SP)

Desiludido com a pecuária leiteira, Giovan Streparava, 43, de Taubaté (134 km a nordeste de São Paulo), vendeu as vacas e partiu para a criação de vitelos (bezerros com idade inferior a um ano). Hoje ele fornece a carne nobre para restaurantes e empórios da capital e do Vale do Paraíba.
Na fazenda São João, de 455 ha, a 8 km do centro de Taubaté, ele abate 20 vitelos/mês, o equivalente a cerca de 1.400 kg de carne. Cada animal abatido rende, em média, 70 kg de carne após a desossa.
Devido à qualidade da carne do vitelo, o mercado paga mais por ela. ""É caro e trabalhoso engordar o vitelo, mas compensa", diz o criador. Do nascimento ao abate, que ocorre entre quatro e cinco meses de idade, o custo é de R$ 400 em média por cabeça.
O ganho por cabeça está em torno de 20%, diz Streparava, que há 15 dias abateu 20 delas.
Ele considera ideal a escala de 50 animais/mês, o que lhe proporcionaria um resultado bruto de R$ 24,5 mil. ""Isso se conseguirmos média de preço de R$ 7/kg nos cortes", diz ele, que espera alcançar a meta até o final de 99.
A produção de vitelos (que são filhos de vacas holandesas na São João) é comum na Europa e nos EUA, mas ainda rara no Brasil.
A São João recebe R$ 7/kg pelos cortes mais baratos entregues aos restaurantes (paleta, costela, peito) e até R$ 26 pelos mais nobres, caso da picanha e da chuleta.
Já o consumidor paga R$ 24,50 no restaurante Gino, em São Paulo, por um prato de vitelo à milanesa, com rúcula e tomate.


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