São Paulo, Terça-feira, 05 de Outubro de 1999
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Pesquisa mostra que consumo de orgânicos é restrito à elite

free-lance para a Folha

A pequena oferta de alimentos orgânicos para atender a uma demanda crescente moldou um mercado onde, até o momento, apenas uma elite tem acesso a esses produtos.
Essa é uma das conclusões de pesquisa realizada pelo engenheiro agrônomo Ricardo Cerveira, diretor da Associação de Agricultura Orgânica (AAO).
Segundo ele, além dos preços altos, a falta de informação sobre os benefícios dos orgânicos priva as classes mais baixas do acesso aos produtos.
"Desde o grau de educação da população até sua condição financeira criaram um nicho de mercado", afirma.
Os consumidores são, em sua maioria, profissionais liberais, como médicos e advogados.
Para outro diretor da AAO, José Pedro Santiago, essa situação já está mudando. "O número de produtores certificados cresce, em média, 10% ao mês", diz.
O presidente do Instituto Biodinâmico (IBD), Alexandre Harkaly, acredita que o mercado de verduras é o mais promissor.
Não por acaso, é nesses produtos que se concentram os maiores problemas com relação à intoxicação por agrotóxicos.
A pesquisa de Cerveira mostra que a preocupação maior do consumidor de orgânicos está relacionada à própria saúde, não ao meio ambiente.

Crédito
O Banco do Brasil anunciou na semana passada a criação do BB Agricultura Orgânica, que possibilitará o financiamento de agricultores certificados pelo IBD e pela AAO. Com isso, os produtores orgânicos passam a ter prioridade de acesso ao dinheiro destinado a linhas de crédito do BB, como o Pronaf e o Proger.


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