São Paulo, terça-feira, 05 de dezembro de 2000

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LEILÕES & CRIAÇÃO

A raça participou de duas exposições na semana passada em São Paulo e vendeu 33 animais

Cavalo lusitano faz média de R$ 12 mil em venda na Hípica

SEBASTIÃO NASCIMENTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo continuando restrito a poucos afortunados no país, o cavalo puro-sangue lusitano, até hoje conhecido como andaluz, mantém os seus pregões e as suas exposições importantes, ao contrário de raças que praticamente desapareceram do cenário de negócios sob o comando do leiloeiro.
Na semana passada, o remate Internacional vendeu 33 animais à media de R$ 12.183.
Já a 2ª Semana Brasileira e a 19ª Exposição Internacional, ambas em São Paulo, levaram 280 cavalos à Sociedade Hípica Paulista e realizaram provas funcionais para crianças desde 10 anos até para cavaleiros profissionais.
No leilão, o garanhão Quetal do Top, pertencente ao criador paulista José Victor Oliva, foi negociado por R$ 31,5 mil, preço recorde.
Oliva lembra que cotações como a de Quetal não são a tônica no mercado. ""Ao contrário de uma década atrás, quando as cifras eram altíssimas, hoje predomina a estabilização. É possível comprar um bom cavalo para montaria por R$ 10 mil."
É um valor próximo ao da média do leilão Internacional, que está distante de ser considerada baixa.
Alexandre Franco, criador em Piraju (330 km a oeste de São Paulo) e diretor da associação da raça lusitano, concorda com Oliva.
""Houve um tempo de vendas irreais vivido também pelo lusitano. Veio a estabilização, e a raça conseguiu uma solidez no mercado, que conserva até hoje."
Segundo Franco, o mercado de puro-sangue lusitano passa a impressão de restrito.
""Mas não é. O quarto-de-milha, por exemplo, possui cerca de 250 mil cavalos registrados no país, o que permite aos seus criadores um giro grande de animais numa quantidade expressiva de leilões."
Já o lusitano tem 7.500 registros no Brasil, informa Franco. ""É óbvio, portanto, que o número de pregões da raça é bem menor."
De acordo com Franco, outros 7.500 puro-sangue lusitano estão em Portugal. ""Acredito que, no restante do mundo, existam pouco mais de 5.000 animais da raça", afirma ele.

Crianças
Cavalo dócil, segundo o diretor da associação, o puro-sangue lusitano permitiu que crianças concorressem nas provas de pista realizadas durante as exposições.
Como a de adestramento, na qual elas podem iniciar a carreira hípica e que reuniu cerca de 15 pequenos cavaleiros e amazonas.
""Costumo dizer que esse é um tipo de prova de ensinamento básico. A criança efetua exercícios de controle do animal e aprende a equilibrar-se no lombo do cavalo em movimento."

Andaluz
Até há pouco menos de cinco anos, a puro-sangue lusitano e a pura-raça espanhola eram chamadas conjuntamente no Brasil de andaluz.
Separadas, cada uma fundou a sua própria associação. A lusitano prosperou. A pura-raça espanhola estacionou, e são poucos os criadores que a mantiveram em seus plantéis.
O andaluz nasceu na Espanha. Os reis católicos incentivaram a sua seleção para que o país conseguisse enfrentar a cavalaria dos guerreiros muçulmanos que invadiram a Espanha em 711 d.C.
Os muçulmanos guerreavam com o cavalo árabe, dono de uma agilidade fantástica. Montados em pesados cavalos de sangue germânico e espanhol, os espanhóis não tinham chance.




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