São Paulo, Terça-feira, 11 de Janeiro de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CENTRO-OESTE
Formação geológica, fauna e flora favorecem a atividade, que aumenta a receita das fazendas
Cerrado é campo fértil para o turismo

em Bonito (MS)

O cerrado da região Centro-Oeste é uma das regiões mais propícias, devido à sua formação geológica, para a exploração do agroturismo.
Diferentemente da Europa, onde a atividade está mais voltada à produção de alimentos (queijo, vinho e azeite), o cerrado oferece uma vasta gama de atrativos naturais: grutas, abismos, cachoeiras, corredeiras -geralmente de água límpida- e paredões rochosos.
A avaliação é da professora de biologia da USP Nicia Wendel de Magalhães, 68, presidente da ONG (organização não-governamental) Eco Associação para Estudos do Ambiente, de São Paulo, que presta consultoria para fazendas interessadas em aderir ao agroturismo.
O trabalho consiste em visitar o local e analisar as potencialidades ecológicas, sem deixar de lado os atrativos culturais da fazenda.
O proprietário precisa colocar a mão no bolso. Investimentos em mão-de-obra e infra-estrutura (recepção, trilhas, pontes e deques, dependendo do espaço) compõem a primeira etapa.

Cardápio variado
"Os turistas não vêm a Bonito atrás de estrutura artificial. Estão aqui para se encantar com o que há de belo na natureza", diz Hen- rique Ruas Pereira Coelho, 43, dono da pousada e agência Olho d'Água e integrante do Conselho Municipal de Turismo de Bonito.
Indispensável mesmo para ingressar na lista de pontos turísticos é a preservação ambiental.
Caminhadas por trilhas em matas, de preferência com paradas para banhos em cachoeiras, compõem o cardápio mais apreciado pelos visitantes, principalmente os estrangeiros, que se encantam com a beleza natural de Bonito.
Aqueles pecuaristas que se deixaram dominar pela ambição do pasto e não respeitaram áreas de matas ciliares ou de preservação permanente, por exemplo, dificilmente conseguirão abocanhar esse filão, que vem ganhando espaço e engordando o faturamento das fazendas (leia texto abaixo).
Outra atração para os visitantes é a culinária sul-mato-grossense. Boa parte das fazendas, como a Ceita Corê e a do rio da Prata, inclui o almoço (farto) no pacote.
Os fazendeiros estão descobrindo que suas terras são também propícias para a prática de esportes radicais, outra potencialidade como fonte de renda.
Além das tradicionais aventuras de mergulho e caminhada, cavalgadas, escaladas, pedaladas e até vôos começam a desenhar uma oportunidade de negócios bem ali, pertinho dos currais das fazendas. (ROBERTO DE OLIVEIRA)


Onde saber mais - Eco, tel. 0/xx/11/814-3437



Texto Anterior: Boi e natureza fazem Bonito
Próximo Texto: Nascente do Sucuri vira fonte de renda
Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.