|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Chuvas fazem cotação subir
free-lance para a Folha
O preço da carne bovina deverá
continuar em alta este mês. Desde
o final do ano, o produto está
mais caro em função da seca e das
pragas, que reduziram a pastagem no segundo semestre.
Com as primeiras chuvas do
ano, quando o pecuarista esperava que o pasto estivesse livre de
problemas, surgiu a ameaça das
lagartas.
"Algumas regiões estão sofrendo o ataque de lagartas. São os
ovos que eclodiram de uma só vez
com as recentes chuvas", diz Alcides de Moura Torres, analista da
Scot Consultoria.
Como o boi demorou a engordar no segundo semestre, os produtores ofertaram menos, provocando a alta das cotações.
Ele afirma que o mercado espera um melhor abastecimento
após 60 dias de chuvas regulares.
No início do ano, é comum o
brasileiro comprar menos carne
bovina devido às maiores despesas da família nessa época.
"A família gasta mais com a volta às aulas, pagamento de IPTU,
IPVA e seguro do carro. Isso pesa
muito no bolso. É normal que se
substitua a carne por um produto
mais barato", diz o presidente da
Apas (Associação Paulista de Supermercados), Omar Assaf.
Em 99, os supermercados brasileiros faturaram cerca de R$ 23 bilhões, 2,5% a menos em relação a
98, representando uma perda de
R$ 500 milhões, segundo a Apas.
Os supermercados perceberam
a redução do consumo da carne
desde o final do ano, quando o
preço começou a disparar. Eles
não sabem estimar o tamanho
dessa queda.
A carne bovina é usada como
um item importante para o cálculo da inflação, segundo o agrônomo Sérgio De Zen, da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz), da USP, de Piracicaba.
Ele diz que o produto provoca
um impacto de 1,61% no IPC (Índice de Preços ao Consumidor).
"A população brasileira gasta
entre 20% e 25% de sua renda
com alimentação, dos quais 7%
são representados pela carne", estima.
Texto Anterior: Governo ignora aftosa no NE Próximo Texto: Doença traz riscos à saúde humana Índice
|