São Paulo, Terça-feira, 11 de Janeiro de 2000


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Chuvas fazem cotação subir

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O preço da carne bovina deverá continuar em alta este mês. Desde o final do ano, o produto está mais caro em função da seca e das pragas, que reduziram a pastagem no segundo semestre.
Com as primeiras chuvas do ano, quando o pecuarista esperava que o pasto estivesse livre de problemas, surgiu a ameaça das lagartas.
"Algumas regiões estão sofrendo o ataque de lagartas. São os ovos que eclodiram de uma só vez com as recentes chuvas", diz Alcides de Moura Torres, analista da Scot Consultoria.
Como o boi demorou a engordar no segundo semestre, os produtores ofertaram menos, provocando a alta das cotações.
Ele afirma que o mercado espera um melhor abastecimento após 60 dias de chuvas regulares.
No início do ano, é comum o brasileiro comprar menos carne bovina devido às maiores despesas da família nessa época.
"A família gasta mais com a volta às aulas, pagamento de IPTU, IPVA e seguro do carro. Isso pesa muito no bolso. É normal que se substitua a carne por um produto mais barato", diz o presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados), Omar Assaf.
Em 99, os supermercados brasileiros faturaram cerca de R$ 23 bilhões, 2,5% a menos em relação a 98, representando uma perda de R$ 500 milhões, segundo a Apas.
Os supermercados perceberam a redução do consumo da carne desde o final do ano, quando o preço começou a disparar. Eles não sabem estimar o tamanho dessa queda.
A carne bovina é usada como um item importante para o cálculo da inflação, segundo o agrônomo Sérgio De Zen, da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), da USP, de Piracicaba.
Ele diz que o produto provoca um impacto de 1,61% no IPC (Índice de Preços ao Consumidor).
"A população brasileira gasta entre 20% e 25% de sua renda com alimentação, dos quais 7% são representados pela carne", estima.


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