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Produtor russo atinge boa produtividade em Mato Grosso
DO ENVIADO ESPECIAL A MATO GROSSO
No município de Campo Verde, a 135 km de Cuiabá (MT), um
produtor de família de origem
russa, está conseguindo diversificar a sua produção e obter uma
excelente produtividade nas lavouras de soja e de milho.
Safroni Kilin, 41, chegou ao Brasil na década de 60 com a família,
que instalou-se na região de Ponta Grossa (PR), por conta do clima, mais ameno.
Em situação financeira difícil, a
família migrou para os EUA poucos anos depois. Quando o pai,
Vasili, juntou dinheiro suficiente,
voltaram ao Brasil, dessa vez para
o Centro-Oeste, onde as terras
eram mais baratas.
Depois de uma passagem por
Mato Grosso do Sul, a família Kilin instalou-se em 1973 em Primavera do Leste (MT), onde possui
uma propriedade até hoje.
Atualmente, Safroni é dono de
outra fazenda em Campo Verde.
Juntando as duas propriedades,
cultiva cerca de 500 ha de soja, 400
ha de milho e 600 ha de algodão,
além de feijão, painço e sorgo.
Apesar do estilo de vida simples, Safroni é um produtor tecnificado, que consegue produzir 54
sacas/ha de soja e 77 sacas/ha de
milho, desempenho que considera excelente. Ele tira ainda de seus
campos de algodão 15 arrobas/ha.
Safroni atribui o bom rendimento ao trabalho duro e ao incremento de novas tecnologias na
lavoura, como a aquisição de máquinas agrícolas modernas, produção em sistema de plantio direto, entre outros fatores.
"Hoje, ou você vai para o caminho que a agricultura está seguindo ou você pára. Não tem mais
como abrir espaço para novas
áreas para cultivo, então o jeito é
aumentar a produtividade", diz.
Fuga da Rússia
Católicos ortodoxos, os avós de
Safroni saíram da região de Vladvostok, na antiga União Soviética,
fugindo da repressão do regime
comunista.
Instalaram-se na região da
Manchúria, na China, onde permaneceram sobrevivendo do cultivo de trigo, arroz, batata e da caça de animais selvagens.
Um ano depois do nascimento
de Safroni, a família rumou para
Hong Kong, pensando em preparar o processo de imigração para a
América do Sul.
"Meu pai conta que éramos para desembarcar em Buenos Aires.
De repente, aportamos em Santos
e fomos deslocados para Ponta
Grossa", afirma.
Junto com eles, vieram para o
país várias outras famílias de católicos ortodoxos. Alguns parentes, no entanto, decidiram ir para
a região de Memphis, nos EUA.
Hoje, vive na região de Primavera do Leste uma comunidade de
cerca de 40 famílias cristãs ortodoxas de origem russa.
(FEM)
FÁBIO EDUARDO MURAKAWA e MARCELO MIN viajaram a convite da Case
IH
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