São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 2000

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AGROBUSINESS
CENTRO-OESTE
O objetivo é criar corredor de exportação, ligando regiões produtoras de Mato Grosso ao porto de Santarém
Gigantes da soja "compram" rodovia no PA

DA REPORTAGEM LOCAL

Seis gigantes da soja estão prestes a assumir o controle, sob concessão federal, da rodovia BR-163, que liga a capital mato-grossense, Cuiabá, ao município de Santarém, no Pará.
Eles pretendem criar um corredor de exportação para a soja produzida sobretudo no norte de Mato Grosso, ligando regiões produtoras no Estado ao porto de Santarém.
O empresário Blairo Maggi, maior produtor de soja do país, esteve reunido na última semana com o ministro dos Transportes, Eliseu Padilha.
Maggi disse que o ministro gostou da proposta, e o governo deverá lançar nos próximos meses um edital de licitação para a exploração da rodovia pela iniciativa privada.
"Ele me deu sinal verde para prosseguir com as negociações com as outras empresas interessada no projeto", disse à Folha o empresário.
Além da Maggi, de sua propriedade, também estão envolvidas a norte-americana Cargill, a argentina Bunge y Born, a francesa Dreyfus e, ainda, as japonesas Mitsui e Sumimoto.
Segundo Maggi, representantes das empresas e membros dos governos dos Estados do Pará e de Mato Grosso deverão se reunir em breve para tratar do assunto.
"Pretendemos promover o encontro até o final deste mês", afirmou Maggi.

Região produtora
A BR-163 corta de sul a norte quase todo o Estado de Mato Grosso, atravessando regiões importantes na produção do grão.
A idéia de Maggi é asfaltar a estrada em toda a sua extensão. Atualmente, apenas o trecho mato-grossense está pavimentado.
Segundo seus cálculos, o projeto exigirá investimentos da ordem de US$ 200 milhões. Os trabalhos devem demorar de dois a três anos para serem concluídos.
O empresário pretende fazer a cobrança de pedágio de maneira diferente da adotada em outros Estados, como São Paulo.
"A cobrança será baseada no peso da carga. Estamos pensando que cada tonelada transportada deverá pagar US$ 5 para atravessar a rodovia", afirma.
Ele acredita que a pavimentação da rodovia trará uma economia de US$ 15/t para o setor.
"Hoje, para exportar a soja, o produtor do norte de Mato Grosso tem de percorrer aproximadamente 2.500 km até chegar ao porto. É muito oneroso", disse.


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