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AGROBUSINESS
CENTRO-OESTE
O objetivo é criar corredor de exportação, ligando regiões produtoras de Mato Grosso ao porto de Santarém
Gigantes da soja "compram" rodovia no PA
DA REPORTAGEM LOCAL
Seis gigantes da soja estão prestes a assumir o controle, sob concessão federal, da rodovia BR-163,
que liga a capital mato-grossense,
Cuiabá, ao município de Santarém, no Pará.
Eles pretendem criar um corredor de exportação para a soja produzida sobretudo no norte de
Mato Grosso, ligando regiões produtoras no Estado ao porto de
Santarém.
O empresário Blairo Maggi,
maior produtor de soja do país,
esteve reunido na última semana
com o ministro dos Transportes,
Eliseu Padilha.
Maggi disse que o ministro gostou da proposta, e o governo deverá lançar nos próximos meses
um edital de licitação para a exploração da rodovia pela iniciativa privada.
"Ele me deu sinal verde para
prosseguir com as negociações
com as outras empresas interessada no projeto", disse à Folha o
empresário.
Além da Maggi, de sua propriedade, também estão envolvidas a
norte-americana Cargill, a argentina Bunge y Born, a francesa Dreyfus e, ainda, as japonesas Mitsui e
Sumimoto.
Segundo Maggi, representantes
das empresas e membros dos governos dos Estados do Pará e de
Mato Grosso deverão se reunir
em breve para tratar do assunto.
"Pretendemos promover o encontro até o final deste mês", afirmou Maggi.
Região produtora
A BR-163 corta de sul a norte
quase todo o Estado de Mato
Grosso, atravessando regiões importantes na produção do grão.
A idéia de Maggi é asfaltar a estrada em toda a sua extensão.
Atualmente, apenas o trecho mato-grossense está pavimentado.
Segundo seus cálculos, o projeto
exigirá investimentos da ordem
de US$ 200 milhões. Os trabalhos
devem demorar de dois a três
anos para serem concluídos.
O empresário pretende fazer a
cobrança de pedágio de maneira
diferente da adotada em outros
Estados, como São Paulo.
"A cobrança será baseada no
peso da carga. Estamos pensando
que cada tonelada transportada
deverá pagar US$ 5 para atravessar a rodovia", afirma.
Ele acredita que a pavimentação
da rodovia trará uma economia
de US$ 15/t para o setor.
"Hoje, para exportar a soja, o
produtor do norte de Mato Grosso tem de percorrer aproximadamente 2.500 km até chegar ao
porto. É muito oneroso", disse.
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