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AGROBUSINESS
Café deve render US$ 1,2 bi a mais em 2000
FÁBIO EDUARDO MURAKAWA
enviado especial a Una (BA)
As exportações brasileiras de
café deverão atingir US$ 3,5 bilhões no próximo ano, segundo
estimativa divulgada na última
semana pelo secretário de produção e comércio do Ministério da
Agricultura, Paulo Cezar Samico.
Este ano, as vendas externas devem alcançar US$ 2,3 bilhões. Os
números levam em conta os embarques de café em grão e de café
solúvel.
O anúncio foi feito durante o
Encafé (Encontro Nacional da Indústria de Café), encerrado ontem na ilha de Comandatuba, em
Una (BA).
De acordo com o secretário, o
volume das exportações não será
a principal causa do crescimento
da receita.
"O país aumentará a exportação
de cafés de qualidade, com maior
valor agregado", afirmou.
Um plano de marketing para
promover o consumo interno e
externo do produto brasileiro está
sendo preparado.
Deverá tomar recursos de R$ 12
milhões no próximo ano, constando no Orçamento da União.
"Além disso, a volta das exportações de café solúvel para a Rússia deverá aumentar a receita",
afirmou o secretário.
Ele disse que está esperando um
aumento nas cotações do grão para o próximo ano, devido à seca
que atinge a lavoura brasileira.
Após reunião do Conselho Deliberativo da Política Cafeeira
(CDPC), Samico confirmou o número final da safra 99/2000, que já
foi colhida, em 25 milhões de sacas de 60 kg.
Com relação a safra 2000/2001,
ainda não há uma estimativa oficial do governo brasileiro. Ela deve ser divulgada pelo ministro da
Agricultura, Pratini de Moraes,
até o final deste mês.
Técnicos da Embrapa (Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária) já estão no campo colhendo os números.
Inicialmente, acreditava-se em
uma grande safra, com produção
de cerca de 40 milhões de sacas.
A estiagem, porém, tem baixado as previsões. Os produtores falam em uma quebra da ordem de
30%.
Comentários durante o Encafé
indicavam uma safra entre 28 milhões e 30 milhões de sacas.
As indústrias de café solúvel foram agraciadas com o empréstimo de 840 mil sacas dos estoques
públicos. O programa começa a
vigorar em um mês.
As empresas terão três anos para devolver exatamente a mesma
quantidade em grão ao governo.
Segundo Samico, será possível,
com isso, renovar os estoques governamentais, que guardam ainda cafés com mais de 15 anos.
Outra medida anunciada foi a
liberação de R$ 500 milhões para
a retenção da safra 2000/2001. O
mecanismo ajuda os produtores a
se capitalizarem, não precisando
vender o produto imediatamente
após a colheita. O volume anunciado para o próximo ano representa mais do que o dobro do
atual (R$ 200 milhões).
Segundo a Associação Brasileira
da Indústria de Café (Abic), o
consumo interno deve chegar este
ano a 13 milhões de sacas. O volume no ano passado foi de 12,31
milhões de sacas.
A entidade adiou a meta, inicialmente prevista para o ano 2000,
de atingir um consumo interno
de 15 milhões de sacas. Segundo a
associação, esse volume será atingido apenas em 2003.
Fábio Eduardo Murakawa viajou à Bahia a
convite da Abic
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