São Paulo, Terça-feira, 14 de Dezembro de 1999


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AGROBUSINESS

Café deve render US$ 1,2 bi a mais em 2000

FÁBIO EDUARDO MURAKAWA
enviado especial a Una (BA)

As exportações brasileiras de café deverão atingir US$ 3,5 bilhões no próximo ano, segundo estimativa divulgada na última semana pelo secretário de produção e comércio do Ministério da Agricultura, Paulo Cezar Samico.
Este ano, as vendas externas devem alcançar US$ 2,3 bilhões. Os números levam em conta os embarques de café em grão e de café solúvel.
O anúncio foi feito durante o Encafé (Encontro Nacional da Indústria de Café), encerrado ontem na ilha de Comandatuba, em Una (BA).
De acordo com o secretário, o volume das exportações não será a principal causa do crescimento da receita.
"O país aumentará a exportação de cafés de qualidade, com maior valor agregado", afirmou.
Um plano de marketing para promover o consumo interno e externo do produto brasileiro está sendo preparado.
Deverá tomar recursos de R$ 12 milhões no próximo ano, constando no Orçamento da União.
"Além disso, a volta das exportações de café solúvel para a Rússia deverá aumentar a receita", afirmou o secretário.
Ele disse que está esperando um aumento nas cotações do grão para o próximo ano, devido à seca que atinge a lavoura brasileira.
Após reunião do Conselho Deliberativo da Política Cafeeira (CDPC), Samico confirmou o número final da safra 99/2000, que já foi colhida, em 25 milhões de sacas de 60 kg.
Com relação a safra 2000/2001, ainda não há uma estimativa oficial do governo brasileiro. Ela deve ser divulgada pelo ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, até o final deste mês.
Técnicos da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) já estão no campo colhendo os números.
Inicialmente, acreditava-se em uma grande safra, com produção de cerca de 40 milhões de sacas.
A estiagem, porém, tem baixado as previsões. Os produtores falam em uma quebra da ordem de 30%.
Comentários durante o Encafé indicavam uma safra entre 28 milhões e 30 milhões de sacas.
As indústrias de café solúvel foram agraciadas com o empréstimo de 840 mil sacas dos estoques públicos. O programa começa a vigorar em um mês.
As empresas terão três anos para devolver exatamente a mesma quantidade em grão ao governo.
Segundo Samico, será possível, com isso, renovar os estoques governamentais, que guardam ainda cafés com mais de 15 anos.
Outra medida anunciada foi a liberação de R$ 500 milhões para a retenção da safra 2000/2001. O mecanismo ajuda os produtores a se capitalizarem, não precisando vender o produto imediatamente após a colheita. O volume anunciado para o próximo ano representa mais do que o dobro do atual (R$ 200 milhões).
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o consumo interno deve chegar este ano a 13 milhões de sacas. O volume no ano passado foi de 12,31 milhões de sacas.
A entidade adiou a meta, inicialmente prevista para o ano 2000, de atingir um consumo interno de 15 milhões de sacas. Segundo a associação, esse volume será atingido apenas em 2003.


Fábio Eduardo Murakawa viajou à Bahia a convite da Abic


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