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Perda é total em municípios do sertão de Pernambuco
FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife
Pelo segundo ano consecutivo, a
safra agrícola de Pernambuco sofrerá quebra de até 100% em algumas localidades devido à seca que
ainda castiga o Estado.
Segundo a Secretaria de Produção Rural e Reforma Agrária do
Estado, as regiões mais afetadas este ano continuam sendo a Zona da
Mata e o sertão.
Nessas regiões, a irregularidade
das chuvas não permitiu o desenvolvimento das lavouras.
O volume de água foi suficiente
apenas para fazer brotar a vegetação nativa.
No sertão, esse fenômeno, conhecido como "seca verde", atinge
até mesmo lavouras de Petrolina,
município localizado às margens
do rio São Francisco. As perdas nas
áreas de sequeiro, segundo a secretaria, variam de 70% a 90%.
Segundo o órgão, a cultura do
milho foi a mais atingida.
Agricultores que perderam a safra estão recolhendo e armazenando a palha para fornecê-la ao gado
quando a pastagem nativa da caatinga acabar.
Perdas de até 90% nas plantações
de milho e feijão também estão
sendo registradas pela secretaria
em Serra Talhada e em Afogados
da Ingazeira.
Em Araripina, grande produtor
de milho, feijão e algodão, localizado próximo à divisa com o Piauí, a
expectativa de quebra nas lavouras
vai de 40% a 70%. O desenvolvimento das culturas na região é
considerado "entre regular e
ruim".
Pragas
Além da seca, pragas como a
mosca branca também castigam
plantações no sertão, principalmente nas imediações de Salgueiro. As lavouras de feijão e milho
são as mais afetadas, e o índice germinativo é considerado baixo.
A pobreza do produtor sertanejo
agrava ainda mais a situação. O
custo do controle químico das pragas torna inviável a utilização do
método pelo agricultor.
Quebras de até 100% na produção estão sendo registradas nas regiões próximas a Arcoverde, na divisa entre o sertão e o agreste. Em
Ibimirim, Sertânia, Inajá e Manari
houve registro de perda total por
falta de chuva.
Na Zona da Mata, a possibilidade
de quebra total da safra devido à
estiagem também é grande em algumas localidades. A região de
Carpina é a mais afetada. O desenvolvimento das lavouras é considerado "regular" ou "ruim".
Em Palmares, município na Zona da Mata, próximo à divisa com
o Estado de Alagoas, as sementes
ainda estão sendo distribuídas e
não há informações sobre as áreas
cultivadas.
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