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CAVALGADA
Cavaleiros percorrem 430 km entre Minas e SP, refazendo trajeto dos colonizadores pelo interior
Marcha revive a saga do mangalarga
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
da Redação
Percorrer 200 anos da história
do Brasil em 430 quilômetros de
cavalgada. Essa é a disposição dos
cerca de cem cavaleiros que partem amanhã do município de
Cruzília, no Sul de Minas Gerais,
para Orlândia, nordeste de São
Paulo, onde devem chegar no dia
31 deste mês.
A cavalgada refaz o trajeto dos
colonizadores do nordeste paulista, homenageando a raça nacional
mangalarga, que teve papel determinante no povoamento dessas
regiões e está ligada a fatos importantes da história brasileira.
Na vinda da Família Real Portuguesa, em 1806, na Revolta Liberal
de 1842 e na Revolução Paulista
de 32, o mangalarga, de uma forma ou de outra, esteve presente.
"A história do mangalarga se
confunde com a do Brasil, pois ele
foi usado na colonização. Por isso
a idéia de comemorar os 500 anos
do descobrimento com a cavalgada", afirma Eduardo Cintra, organizador do "Raid Mangalarga - A
História de uma Raça".
A largada será amanhã à tarde
na fazenda Favacho, em Cruzília,
onde o mangalarga se originou a
partir de uma raça trazida para o
Brasil pela Família Real.
O percurso, praticamente todo
em estradas de terra, inclui fazendas nos municípios mineiros de
São Tomé das Letras, Três Corações, Alfenas, Muzambinho e
Guaxupé entre outros. No Estado
de São Paulo, os cavaleiros passarão por Altinópolis e Batatais.
A rota foi utilizada pelas famílias portuguesas e brasileiras que
colonizaram o interior.
Segundo Cintra, serão percorridos cerca de 45 km por dia, com
paradas em fazendas ou hotéis.
O destino final será Orlândia
(370 km de São Paulo), cidade do
nordeste paulista que se tornou
uma espécie de meca dos criadores da raça.
Em 1932, a força e a importância
do cavalo já era tanta em SP que
ele foi usado pelos fazendeiros na
formação de um dos regimento
da chamada Revolução Paulista.
A cavalgada deverá ainda se
constituir em mais uma prova do
circuito hípico brasileiro. Ela também servirá para monitorar o desempenho da raça, que se aprimorou com o tempo.
"Faremos um acompanhamento técnico dos animais", diz Cintra, que é membro do Conselho
Técnico da Associação Brasileira
de Criadores de Cavalos da Raça
Mangalarga, que apóia o evento.
De acordo com a associação, o
mangalarga, além da resistência
aliada à agilidade, tem como característica básica a docilidade. É
um animal de sela por excelência,
com membros e garupa fortes.
Um bom reprodutor pode custar
até R$ 150 mil.
Cintra irá participar da cavalgada com a mulher, Helena, e com a
filha Ana, de 11 anos.
Onde saber mais - Fazenda Sant'ana,
tels. 0/xx/19/870-2311
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