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HISTÓRIA
Cavalo chegou ao país com d. João 6º e participou da Revolução de 1932
da Redação
A saga do cavalo
mangalarga começa no início do
século passado.
Junto com o príncipe regente d.
João 6º e sua corte, que fugiam
de Napoleão Bonaparte, em 1806
chegaram ao Brasil os cavalos da
raça álter criados em Portugal.
Esses animais acabaram sendo
utilizados em cruzamentos que
os aperfeiçoava para o trabalho
nas fazendas, engenhos e minas.
Posteriormente, as raças árabe, puro-sangue inglês e anglo-árabe também foram adicionadas à mistura por criadores.
Segundo a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da
Raça Mangalarga, a família Junqueira é a principal responsável
pelo surgimento da raça, originalmente em fazendas do Sul de
Minas Gerais.
Conta o fazendeiro Eduardo
Diniz Junqueira, 73, que por volta de 1820 a coudelaria do Campo, em Ouro Preto (MG), já tinha cavalos de Gabriel Francisco
Junqueira, o barão de Alfenas.
"Foi por influência dessa coudelaria que surgiram animais melhorados", diz.
Segundo ele, a origem do nome está ligada à uma fazenda
homônima do Rio de Janeiro.
"No Sul de Minas, os Junqueira venderam cavalos para o dono da fazenda Mangalarga, próxima de Vassouras (RJ). Por
causa disso, as pessoas da corte
começaram a ir para Minas
comprar animais."
Com o declínio da atividade
mineradora, as famílias, entre
elas os Junqueira da fazenda Favacho, migraram para o interior
de São Paulo e levaram os cavalos mangalarga, que seriam fundamentais na colonização, que
teve como base a agricultura.
"Esse pessoal deixou a mineração para se dedicar à atividade
agrícola em São Paulo", diz o
professor Walter Cardoso, da
Unesp (Universidade Estadual
Paulista), campus de Franca.
Até então, final do século 18 e
início do 19, o nordeste paulista
servia apenas como rota para o
caminho das minas de Goiás.
"A região não se povoou de
maneira efetiva no século 18. Só
com a chegada dos migrantes,
dinâmicos e cheios de iniciativa,
é que aconteceu a colonização",
diz Cardoso.
Ainda no século passado, o
mangalarga teve participação
em outro fato histórico: a Revolta Liberal de 1842, durante o Segundo Reinado.
O barão de Alfenas, um dos
criadores da raça, estava entre os
líderes do movimento, que acabou sendo reprimido no Sul de
Minas pelo Duque de Caxias.
Já neste século, com os Junqueira plenamente estabelecidos na chamada Alta Mogiana
(região nordeste de São Paulo), o
mangalarga foi utilizado pelas
tropas paulistas que lutaram na
Revolução de 32, que uniu agricultores, industriais e a classe
média.
(JAB)
Onde saber mais: www.cavalomangalarga.com.br
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