São Paulo, terça-feira, 26 de junho de 2001

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LEILÕES & CRIAÇÃO

A fazenda Sabiá recebeu 1.200 pecuaristas sábado e faturou R$ 2,1 milhões; vaca saiu por R$ 210 mil

Crise não atrapalha o gado nelore de elite

DA REPORTAGEM LOCAL

A pecuária de elite passa ao largo de mais uma crise. É o que indicam os últimos resultados dos pregões de nelore em fazendas tradicionais.
No último sábado, por exemplo, o leilão Sabiá, que tem à frente o pecuarista e empresário mineiro Alberto Laborne Valle Mendes, colocou 102 animais no mercado e faturou R$ 2,1 milhões, com média de R$ 20,5 mil.
O evento foi realizado na cidade de Capitólio.
Uma vaca nelore foi negociada por R$ 210 mil. Ela pertencia à fazenda Sabiá e foi adquirida por Marcos Marcelino, criador vindo do Pará.
O animal vai ser pago em 14 parcelas mensais de R$ 15 mil.
Segundo Paulo Horto, da Programa, empresa organizadora, outras vacas saíram por valores acima de R$ 100 mil.
""Foi a 11ª versão do leilão. Ela superou todas as anteriores", afirma Horto.
Segundo ele, a fazenda Sabiá acolheu 1.200 fazendeiros de todo o país para o leilão.
""Pelo menos 20 aviões chegaram", diz Paulo Horto.
O público misturava fazendeiros tradicionais e empresários vindos diretamente das grandes cidades brasileiras, afirma ele.
Há 15 dias, o pregão da fazenda Baluarte havia conseguido uma receita de R$ 1,573 milhão com a comercialização de 87 animais.
Realizado na cidade de Patos de Minas, o Baluarte vendeu 21 vacas pela média de R$ 40,8 mil.
Duas bezerrinhas emplacaram resultado médio de R$ 40,6 mil.
A média geral do Baluarte, que colocou um total de 87 animais no mercado, foi de R$ 18,8 mil.
Os bons resultados desses leilões mostram, na opinião de Paulo Horto, cuja empresa realizou os dois eventos, que os fazendeiros continuam acreditando na pecuária de corte.
""Os animais apresentados são de elite, melhoradores de plantel, ou seja, quem os adquire mostra confiança no futuro ao procurar o aprimoramento do seu gado."
No início de maio deste ano, o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Gado Zebu, Rômulo Kardec de Camargos, diante do faturamento alto obtido nas vendas da Expozebu, em Uberaba (MG), previu que as exigências cada vez mais severas em relação à qualidade da carne valorizariam muito o nelore.
""Tanto para o comércio internacional como para o mercado interno, a carne magra do animal criado a pasto será a preferida."
Na ocasião, puxados pelo nelore, os negócios explodiram e alcançaram R$ 24,6 milhões, resultado quase 100% superior aos R$ 12,5 milhões da Expozebu realizada no ano passado.


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