São Paulo, Terça-feira, 27 de Julho de 1999
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Preços do trigo sobem 36% no Paraná a 60 dias da nova safra

da Reportagem Local

Contrariando as previsões, o preço do trigo começa a apresentar sinais de recuperação a cerca de 60 dias da entrada da nova safra brasileira. A desvalorização cambial tornou o trigo importado mais caro e pode fortalecer o nacional no mercado interno.
No Paraná, o maior Estado produtor de trigo do país, o agricultor está conseguindo R$ 210/t nos contratos futuros para entregar a mercadoria no final de setembro.
Esse preço representa um reajuste de 36% em relação ao mesmo período do ano passado.
A expectativa de agricultores e cooperativas é que o preço do trigo fique entre R$ 230/t e R$ 250/t durante a colheita.
O preço mínimo estipulado pelo governo nesta safra será de R$ 185/t, o que representa cerca de US$ 100. Na temporada passada, o trigo foi cotado pelo valor mínimo de R$ 157/t, o que na época correspondia a US$ 140.
De acordo com o Deral (Departamento de Economia Rural), do Paraná, o custo de produção é de R$ 210/t.
O trigo da Argentina, um dos principais fornecedores do Brasil, está chegando por aqui, em média, a R$ 290/t.
Nos moinhos do interior, o trigo pode chegar ainda mais caro, o que deve ajudar a escoar a oferta da safra brasileira.
"Os produtores brasileiros não vêm obtendo lucro com a cultura nos últimos anos. O reflexo dessa decepção está na lavoura, que vem perdendo terreno", diz Otmar Hubner, especialista em trigo, do Deral.
No Paraná, que responde por 70% da produção nacional de trigo, a área caiu 19% nesta safra. A cultura deverá ocupar 726 mil ha. A produção prevista varia de 1,4 milhão de t a 1,6 milhão de t, quase a mesma da safra anterior, que sofreu perda de 20% por causa da chuva durante a colheita.


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