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Consumo só cresce no final do ano, diz produtor
VERENA GLASS
free-lance para a Folha
Luiz Kumagae, agricultor de
Paulínia (120 km a noroeste de São
Paulo), há 20 anos começou a investir em frutas exóticas e resolveu
apostar no cultivo de romã, um
produto diferenciado e de pequena oferta no mercado.
Há 15 anos, ele plantou 250 romãzeiras que hoje produzem cerca
de 6 t/ano.
Como a romã ainda não tem definido um padrão de qualidade e
recebe pouca atenção por parte de
melhoristas e pesquisadores, Kumagae e seu pai desenvolveram
um processo de seleção próprio,
que resultou na produção de uma
fruta grande, batizada por eles de
romã-rei.
"Fizemos as nossas próprias mudas, que são tiradas de estacas ou
sementes, e as nossas frutas têm
hoje o tamanho de uma maçã
grande", explica Kumagae.
Segundo ele, a venda da sua produção é feita no sistema de consignação.
"A romã é uma fruta que tem
mercado garantido apenas no final
do ano, por causa das simpatias
que se faz com as sementes. Quase
50% da minha produção vai para o
Nordeste, e tenho que aceitar os
preços que me oferecem", diz o
produtor.
Atualmente, a caixa de 4 kg está
saindo a R$ 20. Mas, após as festas,
os preços chegam a cair 80%, segundo Kumagae.
Muito suscetível a doenças (ela
pega quase todas as pragas comuns nas frutas), a relação custo-benefício não é vantajosa.
Para tentar evitar o prejuízo, o
agricultor resolveu fazer uma experiência de ensacamento das frutas para protegê-las dos ataques de
insetos e pulgões.
A produção de romã de Kumagae ainda é viabilizada pela venda
dos outros produtos da propriedade, como a carambola, a goiaba e a
laranjinha kin-kan.
"Como exporto parte dessas frutas para a Europa, estou tentando
manter a minha produção o mais
livre possível de agrotóxicos e adubos químicos. Lá, se tiver um pouco mais de veneno, eles devolvem a
mercadoria", explica ele.
Além das plantas de adubação
verde, Kumagae usa esterco de
animais e faz compostagem na
propriedade.
Mas sua estratégia de plantio é
bem planejada.
"Há 20 anos, comecei a cultivar a
carambola que, na época, era uma
fruta muito exótica e de pouco
mercado. Hoje, a venda dessa fruta
me dá um bom dinheiro, e espero
que a coisa se repita com a romã",
explica ele.
Características
A planta da romã, um arbusto de
porte pequeno e médio, que varia
de 3 m a 7 m de altura, se adapta a
climas tropicais e subtropicais e
até mesmo ao semi-árido.
O melhor clima para a produção
é aquele no qual haja frio no inverno e o verão seja quente.
Há ainda regiões com alta umidade e muita chuva que também
são adequadas à fruta.
As flores da romã são hermafroditas, ou seja, possuem órgãos reprodutores dos dois sexos.
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