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Brasil perde corrida da patente
da Agência Folha, em Londrina
Das mais de 250 espécies vegetais
que o setor de plantas medicinais
do Iapar pesquisa, muitas podem
ter seus princípios ativos patenteados por laboratórios estrangeiros.
Mesmo que o país investisse hoje
na pesquisa de medicamentos a
partir da espinheira-santa ou do
ipê-roxo (contra alguns casos de
câncer), por exemplo, teria de pagar royalties, pela lei de patentes,
para produzi-los.
O caso da espinheira-santa é
exemplar. O Japão patenteou propriedades ativas da planta para o
combate à dor no tratamento de
câncer, e como antiinflamatório,
para o combate a úlceras e lesões
do estômago.
No tratamento do câncer, seu
efeito analgésico seria semelhante
ao da morfina, sem causar dependência.
Planta tipicamente brasileira, as
duas espécies conhecidas de espinheira-santa só se desenvolvem
por aqui.
"Os japoneses terão de comprar
matéria-prima do Brasil, mas o registro da patente dificulta a liberação de recursos para a pesquisa de
novos medicamentos a partir do
seu princípio ativo", afirma Paulo
Ribeiro, do Iapar.
Na guerra das patentes, Ribeiro e
um grupo de professores de odontologia da Universidade Estadual
de Ponta Grossa (sul do Paraná)
podem, no entanto, comemorar.
Contra o mau hálito
A partir da Curcuma zedoaria
(planta de origem chinesa, semelhante ao gengibre), eles desenvolveram e patentearam um eficiente
medicamento contra a placa bacteriana e a gengivite.
Ribeiro descobriu as propriedades da planta por acaso.
"Notei que o pessoal que trabalhava com a Curcuma gosta de
mastigar a raiz da planta. A explicação é que a planta combate o
mau hálito", diz.
Ele então se uniu a pesquisadores
da Universidade Estadual de Ponta
Grossa para estudar a raiz.
O resultado foi um produto eficiente no combate a duas das principais doenças bucais.
O desempenho do medicamento
já rendeu à equipe o primeiro prêmio no Congresso Internacional
de Odontologia, realizado, em 97,
em Buenos Aires, e pode gerar lucros.
A patente do creme à base da
raiz, para ser usado em dentifrícios, está sendo cobiçada por empresas multinacionais.
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