São Paulo, terça-feira, 01 de janeiro de 2002

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PAINEL

Governo liberal
Os parlamentares da base governista tiveram, em média, 74,54% de suas emendas liberadas pelo governo federal no ano passado. O índice é praticamente o dobro do obtido pelos políticos de oposição, que conseguiram liberar apenas 38,8% do previsto no Orçamento de 2001.

Muito aos amigos
O partido que mais teve emendas liberadas foi o PMDB, que conseguiu R$ 147,6 milhões dos R$ 189,9 milhões previstos, o que equivale a 77,75%. PFL, com 77,4% das emendas liberadas, PSDB (76,2%), PPB (65,7%) e PTB (61,5%) também foram privilegiados pelo governo.

Pouco aos inimigos
Na outra ponta da tabela, o PC do B conseguiu a liberação de apenas R$ 4,4 milhões dos R$ 14 milhões previstos em emendas para 2001, o que representa 31,65% do total. Os petistas só conseguiram liberar 38,5%, o PDT, 39,4% e o PSB, 42,4%.

Mal pela raiz
O levantamento foi feito pelo gabinete do deputado Doutor Rosinha (PT-PR), com base em balanços oficiais: "Os dados provam que o governo usa as emendas como moeda de troca no Congresso. Sugiro que o próximo presidente acabe com as emendas parlamentares".

Porto seguro
A cúpula do PPB disse aos tucanos que, se a governadora Roseana Sarney (MA) continuar bem nas pesquisas para a Presidência, serão remotas as chances de o partido apoiar a candidatura do ministro José Serra (PSDB) na sucessão de FHC.

Lei da física
Serristas temem uma grande debandada de tucanos em direção a Roseana Sarney caso o ministro não decole nas pesquisas rapidamente. "Roseana poderá se tornar um imã, atraindo muita gente por representar uma perspectiva maior de poder", diz parlamentar do PSDB.

Proteção na vidraça
Roseana já decidiu quem será o candidato do PFL à sua sucessão: José Reinaldo. O atual vice-governador está atrás de Edison Lobão nas pesquisas, mas, segundo ela, é menos vulnerável a críticas do que o senador pelo fato de não ter tanto tempo na política. Ou seja, atrapalharia menos seu projeto presidencial.

Pax cearense
Com Tasso Jereissati fora da disputa presidencial, a aliança entre PSDB e PPS no Ceará está praticamente fechada. O partido de Ciro apoiará um tucano, a não ser que o presidenciável desista de disputar a sucessão de FHC, o que é muito improvável.

Oposição virtual
O PFL de Pernambuco lançará em meados de janeiro um site com denúncias e ataques ao prefeito de Recife, João Paulo (PT). A página terá espaço para os eleitores enviarem denúncias contra o governo municipal. No fundo, o interesse é prejudicar a campanha de Lula.

Choque de números
Pesquisa do Ibope no RN revela um empate técnico entre Fernando Bezerra (PTB), com 37%, e Henrique Alves (PMDB), com 33%, na disputa pelo governo. A margem de erro é de quatro pontos. Diferença bem menor do que a apontada em pesquisa recente do Vox Populi.

À espera da mágica
O MST aguarda a divulgação do balanço oficial dos assentamentos no país no ano de 2001. A meta inicial era de 60 mil famílias, Raul Jungmann aumentou para 100 mil, mas, em outubro, o governo disse ao MST que só tinha assentado 14.901.

Questão de bolso
Deputados federais mineiros estão preferindo disputar a Assembléia em 2002 a concorrer à reeleição. É o caso de Cabo Júlio (PST-MG). Por puro pragmatismo: entre salários e benefícios, o Legislativo de Minas paga mais do que a Câmara.

TIROTEIO

Do deputado serrista Ricarte de Freitas (PSDB-MT), ironizando as ameaças do PFL de deixar todos os cargos no governo federal assim que lançar a candidatura Roseana Sarney (MA) para a Presidência:
- Se o PFL tiver coragem para isso, dará finalmente uma demonstração cabal de que realmente mudou.

CONTRAPONTO

Peças íntimas no Banespa

Um dos primeiros depoimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito do Banespa da Câmara foi o de Altino Cunha, ex-interventor nomeado pelo Banco Central. Na véspera, Antônio Carlos Verzola, ex-presidente da comissão de inquérito do BC sobre o Banespa, listara várias operações irregulares envolvendo empresas privadas.
O relator da CPI, deputado Robson Tuma, pediu a Altino para repetir o nome daquelas empresas, pois pretendia convocar os responsáveis.
-É difícil, passados tantos anos, lembrar dessas operações- alegou o ex-interventor.
Tuma insistiu, citando a Ari Depósito e Comércio de Sutiãs Ltda., que obtivera um crédito suspeito de US$ 7 milhões do Banespa.
Altino recuperou a memória.
-Ah, é o "Ari das Calcinhas". Era assim que o pessoal do banco comentava a operação.



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