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SEGUNDO MANDATO
Contribuição deve arrecadar R$ 15 bilhões em 99, mais da metade do previsto no acordo com o FMI
Aprovação da CPMF é o primeiro desafio
FERNANDO RODRIGUES
da Sucursal de Brasília
A prioridade
do presidente
Fernando Henrique Cardoso
para o início
deste ano no
Congresso é a
aprovação da
emenda constitucional da CPMF
(Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira).
O presidente terá problemas na
Câmara para aprovar rapidamente
o imposto do cheque -como ficou conhecida a CPMF-, pois o
regimento interno dessa Casa exige uma tramitação demorada para
emendas constitucionais.
Por causa da necessidade da
aprovação da CPMF, o governo já
decidiu que precisa pressionar os
deputados a modificar o regimento interno da Câmara este mês.
A CPMF é importante porque esse imposto deve arrecadar cerca de
R$ 15 bilhões este ano. Isso é mais
da metade do valor do ajuste fiscal
proposto pelo governo FHC ao
FMI (Fundo Monetário Internacional): R$ 28 bilhões.
Hoje, o governo já cobra uma
CPMF de 0,20%. A idéia é aumentar essa alíquota para 0,38%.
O problema é que a CPMF atual
só pode ser cobrada até o dia 22,
quando vence a autorização conseguida pelo governo há dois anos.
No dia 23, se não houver uma nova
emenda aprovada, não será mais
possível cobrar o imposto.
Para piorar a situação, a Constituição determina que uma contribuição só pode ser cobrada 90 dias
depois de promulgada.
Inicialmente, o governo pretendia contornar essa regra argumentando que não se trata de um novo
imposto, mas apenas a prorrogação de um que já existe. Como a
CPMF atual deixará de existir em
23 de janeiro, fica sem força a tese
da prorrogação.
Se se considera o atual regimento
interno da Câmara, é possível que
a CPMF venha a ser aprovada apenas no final de março. Com mais
90 dias de espera para ser cobrada,
haverá um hiato de cinco meses
sem arrecadação: o que representa
cerca de R$ 7 bilhões a menos nos
cofres federais em 99.
Anteontem, para compensar a
perda de receita por conta do atraso na prorrogação da CPMF, o governo anunciou alta de impostos.
Como é uma emenda constitucional, a CPMF precisa ser analisada separadamente pelas duas Casas do Congresso. A tramitação começou pelo Senado.
Há uma promessa dos partidos
aliados a FHC de que o Senado terminaria de votar a emenda até 20
de janeiro. Aí começam a se agravar os problemas do governo. É
impossível que a Câmara vote a
emenda da CPMF em dois dias, para que a nova taxa possa ser cobrada em 23 de janeiro. Pelo regimento atual, a tramitação se estenderá
por, pelo menos, dois meses.
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