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EUROBÔNUS
Governo federal tenta receber US$ 53 mi usados para resgatar títulos de Minas
MG ainda não reembolsou Tesouro
da Sucursal de Brasília
O Tesouro Nacional ainda não
recebeu nada dos US$ 53,1 milhões que usou para pagar parte
dos títulos (eurobônus) emitidos
por Minas Gerais para captar recursos no exterior, disse o secretário do Tesouro, Fábio Barbosa.
O governador de Minas, Itamar
Franco (sem partido), já anunciou que não vai pagar a segunda
e última parcela, que vence no
próximo dia 10. O governo ainda
não decidiu se paga essa segunda
parcela, mas a tendência é não assumir o pagamento.
No ano passado, a parcela que
estava para vencer era a mesma
deste ano: US$ 108 milhões. Depois que o governador Itamar
Franco disse que não iria pagar a
parcela, o Tesouro Nacional resgatou US$ 54,9 milhões que haviam sido depositados pelo governo estadual anterior em uma
conta especial do Banco do Brasil
e cobriu a diferença.
Desde então, o Tesouro vem
tentando incluir essa diferença
nos pagamentos que o Estado faz
mensalmente à União por causa
de sua dívida interna, mas não
tem obtido sucesso. É que os eurobônus emitidos pelo Estado
não têm avalista ou alguém que
garanta o seu pagamento.
Portanto, se a União decidiu pagar, o Estado não deve nada ao
Tesouro Nacional. "Nós estamos
negociando isso com o governo
de Minas", disse Barbosa.
De acordo com a assessoria do
secretário da Fazenda de Minas,
José Augusto Troppia Reis, o
atual governo estadual fez apenas
um depósito na conta especial, no
valor de R$ 15 milhões. Esse depósito é visto como um sinal de que
tanto a primeira parcela dos eurobônus quanto a nova estão vinculadas à renegociação da dívida interna do Estado com a União.
Ou seja, o Tesouro continuou
negociando com o Estado mesmo
sabendo que o governo estadual
não estava depositando regularmente na conta especial. Essa
conta foi criada pelo ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) depois de assinar o primeiro contrato de renegociação das dívidas do
Estado com a União.
O Tesouro pediu que a conta
fosse criada, mas, no texto do
contrato, admitiu que os depósitos seriam feitos "a critério do Estado". No Ministério da Fazenda,
a avaliação é que o não-pagamento da próxima parcela dos eurobônus não terá consequências desastrosas sobre o mercado financeiro como aconteceu em 99,
quando a moratória foi anunciada em meio a uma crise de confiança no país. A segunda renegociação da dívida interna do Estado está difícil porque o governo
estadual quer quitar uma parcela
dessa dívida, de R$ 480 milhões,
com créditos que diz ter a receber
da União. O Tesouro esperava
quitar essa parcela recebendo empresas estaduais.
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