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São Paulo, sábado, 01 de fevereiro de 2003

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PAINEL

O preço do mandato
Os 513 deputados federais que tomam posse hoje em Brasília receberam no total R$ 108 milhões em doações de campanha eleitoral -média de R$ 212 mil por mandato. Os 3.388 candidatos não-eleitos no ano passado arrecadaram apenas R$ 77 milhões (média de R$ 22,8 mil).

Jogo do milhão
O fenômeno se repetiu no Senado, embora numa proporção um pouco menor. Os 54 senadores eleitos em 2002 tiveram doações no valor total de R$ 39,8 milhões -média de R$ 737 mil. Já os 295 candidatos derrotados receberam R$ 30,2 milhões -média de R$ 102 mil.

Para todos os gostos
Petistas históricos não se conformam com a heterogeneidade da base parlamentar de Lula na nova Câmara, que toma posse hoje. Vai do deputado Babá (PA), da esquerda radical do PT, a Jair Bolsonaro (PTB-RJ), da extrema-direita militar.

Só na vontade
A bancada do PT na Câmara receberá José Genoino, presidente do partido, em um café da manhã hoje em Brasília. A idéia é fazer um desagravo ao petista, que foi vítima de protesto no Fórum Social Mundial. Por via das dúvidas, não haverá tortas à disposição dos parlamentares.

De volta
Por ser do Estado mais antigo, ACM, que teve de renunciar ao Senado em 2001 para não ser cassado, será o primeiro senador a tomar posse hoje. O boxeador Popó, que chegou ontem a Brasília com uma bandeira da Bahia, é o convidado especial do pefelista para a cerimônia.

Brinde brasiliense
A nova bancada parlamentar atiçou o interesse de empresas de telefonia celular (TCO, Tim e Americel). As operadoras montaram estandes na Câmara com ofertas especiais aos deputados. Podem levar de graça até seis aparelhos "top de linha" e escolher um plano, no qual têm de permanecer de 18 a 24 meses.

Ligação premiada
As operadoras de telefonia celular estão de olho nas verbas extras proporcionadas pela Câmara dos Deputados para despesas com correspondência e telefone -cada parlamentar tem direito a gastar R$ 3.800 por mês. No total, são R$ 23,3 milhões por ano, ou R$ 1,94 milhões por mês.

Ganhar tempo
Lula vai reunir os prefeitos de capitais em Brasília para falar sobre o programa Fome Zero. O presidente pedirá paciência a eles. Sabe que muitos estão contrariados com a decisão do governo de beneficiar, numa primeira fase, apenas municípios do semi-árido nordestino.

Ausência estratégica
Presidente do BC, o ex-tucano Henrique Meirelles não deve mais participar da reunião com a bancada do PT nos dias 25 e 26, marcada para discutir a autonomia do banco. O tema desagrada a boa parte do PT. O Planalto achou por bem mandar apenas Palocci Filho (Fazenda).

Porta errada
Novo no Senado, o ex-governador Tasso Jereissati (CE) errou ontem de sala ao se dirigir à reunião da nova bancada do PSDB. Acabou batendo à porta do PMDB, partido que o tucano quis por muito tempo ver bem longe do governo FHC.

Carona cultural
Aproveitando o lançamento do filme "Deus é Brasileiro", de Cacá Diegues, Ronaldo Lessa (PSB-AL) lança no fim de semana uma campanha publicitária sobre Alagoas, Estado onde boa parte da fita foi filmada. Mote da propaganda: "Deus é brasileiro, mas caprichou em Alagoas".

Visita à Folha
Tarso Genro, secretário Especial do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, e José Henrique Paim Fernandes, subsecretário do órgão, visitaram ontem a Folha.

TIROTEIO

Do ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB), que toma posse hoje no Senado Federal, sobre o começo da administração Lula da Silva:
- Do ponto de vista do marketing, o novo governo está indo muito bem. É cedo para fazer cobranças, mas o que vi até agora foi uma simples continuação da gestão FHC.

CONTRAPONTO

Bandeira zero

Militantes do PSTU queriam marcar o último dia do Fórum Social Mundial com um ato simbólico: a queima de uma bandeira dos Estados Unidos. Cientes da presença maciça da imprensa nacional e internacional na capital gaúcha, saíram em passeata pelo campus da PUC (Pontifícia Universidade Católica), sendo seguidos bem de perto por um grupo de ávidos fotógrafos.
Os manifestantes andaram, andaram, e decidiram parar em um ponto onde um ônibus lhes aguardava. Estavam quase pegando o coletivo quando um dos fotógrafos perguntou:
-Companheiros, vocês não iam queimar a bandeira norte-americana?
Um manifestante, de pronto, retrucou:
-Companheiros fotógrafos, nós íamos, mas não encontramos nenhuma bandeira e desistimos do protesto.


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