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Quase cassados em 2001 voltam com votação campeã
DA AGÊNCIA FOLHA
Três senadores que, em 2001,
renunciaram ao mandato -e,
com isso, evitaram processos de
cassação contra eles- retornam
hoje ao Congresso tendo na bagagem o título de campeões de voto
nas últimas eleições.
Dos três, o único a voltar ao Senado é Antonio Carlos Magalhães
(PFL). José Roberto Arruda (PFL)
e Jader Barbalho (PMDB) retornam via Câmara dos Deputados.
Se não tivessem renunciado,
poderiam não ter como se candidatar em 2002, já que teriam os direitos políticos suspensos com a
cassação de seus mandatos.
ACM foi o senador mais votado
na Bahia, com 2.995.559 votos, ou
30,59% dos válidos. Arruda e Jader ficaram no topo da lista de votos dos deputados federais -Arruda (DF) recebeu 320.692 votos
(26,53%); e Jader (PA), 344.018
votos (12,90%).
ACM e Arruda saíram em maio
de 2001, depois que o Conselho de
Ética do Senado aprovou recomendação de abertura de processo de cassação contra eles por envolvimento em fraude do painel
eletrônico da Casa -eles tiveram
acesso à lista secreta da votação,
em 2000, em que o senador Luiz
Estevão (PMDB-DF) foi cassado.
Jader, que na época presidia o
Senado, caiu meses mais tarde,
em outubro. O Conselho de Ética
concluiu que ele seria o beneficiário de 11 cheques administrativos
emitidos pelo Banpará em 1984 e
1985. O desvio de R$ 5,5 milhões
ocorreu quando Jader era governador do Estado.
Carlismo
ACM, 75, retorna com 18 quilos
a menos e uma bancada forte
-23 deputados federais e três senadores. No período em que ficou
sem mandato, ACM trocou os holofotes de Brasília por um amplo
escritório, decorado com fotografias do filho e ex-deputado Luís
Eduardo Magalhães (morto em
abril de 98), localizado no jornal
"Correio da Bahia", de propriedade da família Magalhães.
De dentro do escritório, onde
chegava pontualmente às 11h e só
saía depois das 22h, ACM conseguiu evitar que a "onda Lula"
quebrasse o seu domínio político
no Estado.
Os números das eleições estaduais revelam o poder do carlismo na Bahia -além de 23 deputados federais (de uma bancada
de 39) e 39 estaduais (de um total
de 63), o governador Paulo Souto
(PFL) foi eleito no primeiro turno.
Além de ACM, César Borges
(PFL) também foi eleito senador.
ACM apoiou a candidatura de
Ciro Gomes no primeiro turno da
eleição presidencial. Mas, ao perceber que a candidatura Ciro tinha naufragado, antes mesmo de
os eleitores comparecerem às urnas, liberou os seus aliados para
apoiar Lula. Só no segundo turno
deu apoio formal ao petista.
Enquanto preparava o terreno
para voltar ao centro do poder,
ACM seguiu uma rígida dieta, à
base de fibras e frutas. Aos sábados e domingos, caminhadas. Depois de 18 meses afastado do centro das atenções políticas em Brasília, ACM perdeu 18 quilos. "Em
média, perdi um quilo por mês,
mas a vontade de brigar pela Bahia continua a mesma."
Arruda e Jader
Depois de sair do Senado, onde
era líder do governo, José Roberto
Arruda voltou a ser engenheiro da
Cia. Energética de Brasília.
Jader tem motivos para comemorar. Além de sua votação recorde, viu seu filho ter desempenho semelhante na eleição da Assembléia paraense. Helder Barbalho liderou o pleito com 68 mil votos. Nos últimos meses, passou a
cuidar mais de perto de seus negócios no Estado, como seu jornal
e sua retransmissora de TV.
(LUIZ FRANCISCO e EDUARDO SCOLESE)
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