DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Perto de completar meio século de vida pública -foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 1954-, Antonio Carlos Magalhães (PFL), 75, está de volta ao Senado, após ter renunciado na legislação passada. A seguir, trechos da entrevista que ele concedeu na última terça-feira.
(LUIZ FRANCISCO)
 

Agência Folha - Qual sua análise do primeiro mês de governo Lula?
Antonio Carlos Magalhães - Pessoalmente, o presidente Lula começou muito bem, não medindo esforços para ouvir a sociedade e implementar as reformas que o Brasil necessita. Ao mesmo tempo, ele montou uma estrutura ministerial muito complexa, que, certamente, vai atrapalhar o funcionamento do governo.

Agência Folha - O senhor acha que há muitos ministérios?
ACM - Sim, muitos ministérios e secretarias, ocupadas por pessoas com opiniões díspares. Ninguém consegue governar assim. O presidente também escolheu pessoas derrotadas politicamente para comandar muitos ministérios.

Agência Folha - Todos os ministros e secretários escolhidos têm a confiança de Lula. Onde está o erro, então?
ACM - De uma forma geral, os derrotados são complexados. Lula também precisa ouvir as vozes dos vencedores das eleições.

Agência Folha - Qual será seu comportamento no governo Lula?
ACM - Respeito muito os 53 milhões de votos do presidente, mas exigirei que a Bahia seja mais bem tratada do que foi por FHC. Lula sabe que pode contar comigo nos projetos de interesse do país, mas não serei submisso ao governo.

Agência Folha - O senhor apóia as reformas propostas pelo governo?
ACM - Acho que Lula está corretíssimo. O Brasil precisa andar, não pode ficar atrelado ao corporativismo. Lula sabe que tem o meu apoio para brigar contra os poderosos que querem deixar o Brasil estagnado.


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