São Paulo, domingo, 01 de fevereiro de 2004

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OUTRO LADO

Fazendeiro nega ter escravizado funcionários

DA REDAÇÃO

A Folha procurou os fazendeiros citados nos relatórios sobre o trabalho escravo no Brasil. Apenas dois se pronunciaram. O restante não foi encontrado ou preferiu não dar declarações.
O empresário Constantino de Oliveira, ex-sócio da Fazenda Tabuleiro, em São Desidério (BA), afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não iria mais se pronunciar sobre o caso.
Em setembro de 2003, quando as autuações foram divulgadas, o empresário emitiu nota em que dizia ter ficado surpreendido pela informação. Segundo o comunicado, Oliveira havia adquirido a fazenda em sociedade oito meses antes.
"Tomei providências para que fossem cumpridas todas as exigências apresentadas pelo Ministério do Trabalho, assumindo o pagamento dos direitos devidos às pessoas contratadas pelos empreiteiros terceirizados", informa na nota. Conforme sua assessoria de imprensa, o empresário já vendeu sua parte na sociedade da Tabuleiros.
A Folha procurou o sócio de Oliveira, André Gomes Ribas, por telefone, mas não recebeu resposta até a conclusão desta edição.
O fazendeiro Miguel de Souza Resende admite que já teve "pequenas irregularidades" em suas fazendas, no Maranhão, mas diz que seus funcionários nunca foram mantidos como escravos.
"Depois da primeira fiscalização, agora está tudo de acordo. Mesmo assim, uma auditora continua me perseguindo. Entrei com cinco processos contra ela. Agora, graças a Deus, ela não pode mais me fiscalizar", afirma Resende, acrescentando que todos que trabalham para ele são registrados.
Segundo ele, as fazendas possuem alojamentos adequados. "É como se fosse uma empresa. Os trabalhadores têm refeitório, televisão a cores, água gelada e transporte em ônibus."
A família de Ernesto Dias Filho afirmou que ele só responderia em seu escritório, amanhã. Jeferson de Lima Araújo Filho, procurado na sexta-feira, não foi encontrado. (MARCOS SERGIO SILVA)


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