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OUTRO LADO
Fazendeiro nega ter escravizado funcionários
DA REDAÇÃO
A Folha procurou os fazendeiros citados nos relatórios sobre o trabalho escravo
no Brasil. Apenas dois se
pronunciaram. O restante
não foi encontrado ou preferiu não dar declarações.
O empresário Constantino
de Oliveira, ex-sócio da Fazenda Tabuleiro, em São Desidério (BA), afirmou, por
meio de sua assessoria de
imprensa, que não iria mais
se pronunciar sobre o caso.
Em setembro de 2003,
quando as autuações foram
divulgadas, o empresário
emitiu nota em que dizia ter
ficado surpreendido pela informação. Segundo o comunicado, Oliveira havia adquirido a fazenda em sociedade oito meses antes.
"Tomei providências para
que fossem cumpridas todas
as exigências apresentadas
pelo Ministério do Trabalho,
assumindo o pagamento dos
direitos devidos às pessoas
contratadas pelos empreiteiros terceirizados", informa
na nota. Conforme sua assessoria de imprensa, o empresário já vendeu sua parte
na sociedade da Tabuleiros.
A Folha procurou o sócio
de Oliveira, André Gomes
Ribas, por telefone, mas não
recebeu resposta até a conclusão desta edição.
O fazendeiro Miguel de
Souza Resende admite que
já teve "pequenas irregularidades" em suas fazendas, no
Maranhão, mas diz que seus
funcionários nunca foram
mantidos como escravos.
"Depois da primeira fiscalização, agora está tudo de
acordo. Mesmo assim, uma
auditora continua me perseguindo. Entrei com cinco
processos contra ela. Agora,
graças a Deus, ela não pode
mais me fiscalizar", afirma
Resende, acrescentando que
todos que trabalham para
ele são registrados.
Segundo ele, as fazendas
possuem alojamentos adequados. "É como se fosse
uma empresa. Os trabalhadores têm refeitório, televisão a cores, água gelada e
transporte em ônibus."
A família de Ernesto Dias
Filho afirmou que ele só responderia em seu escritório,
amanhã. Jeferson de Lima
Araújo Filho, procurado na
sexta-feira, não foi encontrado.
(MARCOS SERGIO SILVA)
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