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EFEITO WALDOMIRO
Empresa Vicom ganha pregão para explorar serviços em lotéricas
GTech desiste de licitação da Caixa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A GTech, multinacional responsável desde 1997 pela operação das lojas lotéricas no país, informou que não participaria da
disputa por nenhum bloco do novo modelo de gestão das loterias,
cujo custo total foi estimado em
R$ 1,4 bilhão.
Ontem à noite, a empresa Vicom Ltda ganhou o pregão para
explorar os serviços de transmissão de dados por 60 meses. Os serviços, que tinham um custo estimado de R$ 522 milhões, vão sair
por R$ 283 milhões.
Entre os motivos para desistir
de participar de pelo menos uma
parte do negócio, a GTech alegou
que a divisão dos serviços por vários fornecedores e a escolha destes pelo menor preço "são fatores
de risco, por não assegurarem a
qualidade técnica para uma operação de tal complexidade".
A Caixa Econômica Federal não
quis se manifestar sobre as críticas da GTech, com quem vai renovar o contrato por até 12 meses,
durante a transição para o novo
modelo de operação das loterias.
A instalação dos novos terminais
deverá ser concluída apenas em
maio de 2006, caso não haja nenhum novo atraso no cronograma. A partir dessa data, a Caixa
assumirá integralmente o processamento das apostas.
A GTech vinha brigando na Justiça havia anos para impedir a
Caixa de fatiar a operação das loterias e assumir a inteligência do
processo. Em 2003, impedida pela
Justiça de fazer as licitações, a Caixa renovou o contrato com a
GTech por 25 meses. Denúncias
de tráfico de influência na ocasião
da renovação do contrato resultaram na queda do ex-assessor do
Planalto Waldomiro Diniz, 2004.
Em agosto, o STJ liberou a Caixa
para licitar os serviços. A licitação
de ontem refere-se à segunda fatia
mais importante e cara do novo
modelo de operação das loterias.
Os pregões para a compra de 25
mil computadores a serem instalados nas 9.000 lojas lotéricas do
país e para o fornecimento de volantes e bobinas para as loterias
dependem ainda de uma decisão
do TCU (Tribunal de Contas da
União), prevista para amanhã. Na
semana passada, o TCU suspendeu as licitações devido a denúncias de supostas irregularidades.
Na nota em que divulga a decisão de não mais participar das licitações, a GTech alega que o bloqueio de 30% (mais de R$ 55 milhões) de seu faturamento no Brasil, devido a uma ação civil que
apura suposto prejuízo ainda no
governo FHC, prejudicou a competitividade nas novas licitações.
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